Sem nenhum boletim de incêndio nos últimos dois anos, denúncias explodem em 2020
Cidades que compõem o bioma não registraram nenhuma ocorrência de incêndio florestal entre 2018 e 2018 e este ano já são 23
Em ano de queimadas histórica no Pantanal, os municípios da região também registraram número recorde de denúncias por incêndio em matas e pastagens. De nenhum boletim de ocorrência registrado tanto em 2018 quanto em 2019, este ano, foram 23, de acordo com dados da Polícia Civil.
Somente em Corumbá, foco das queimadas mais graves do bioma em Mato Grosso do Sul, foram 14 desde fevereiro, com grosso em setembro, quando foram registrados oito boletins de ocorrência.
Em Porto Murtinho, foram cinco boletins registrados entre 25 de junho e 13 de agosto, com três deles em julho. E em Aquidauana, onde começa o Pantanal em Mato Grosso do Sul, foram quatro ocorrências, sendo três no dia 17 de setembro e um em 27 de agosto.
Em todos os casos, produtores rurais ou empregados das propriedades procuraram a polícia para fazer a denúncia, como forma de não serem responsabilizados pelo incêndio, já que em nenhum dos registros houve identificação da origem do fogo ou do autor.
Na cidade de Miranda, que também abarca parte do Pantanal, não houve registro de denúncias por incêndio em mata, pastagem ou vegetação.
O bioma sofreu este ano o pior período de queimadas dos últimos 22 anos, com 20.830 focos de incêndio contabilizados desde janeiro. Número 221% maior que os 6.483 registros de 2019. Nas últimas 24 horas, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram identificados apenas 28 focos no Pantanal em MS e sete, no Mato Grosso.
Pelo menos 4,1 milhões de hectares de todo Pantanal queimaram este ano, o que corresponde a 27% de toda sua área.