Júri do caso Veron é suspenso por retirada do MPF
O julgamento dos acusados de assassinar o cacique guarani Marcos Veron está suspenso e deve ser retomado do ponto inicial, ainda sem data definida.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal de São Paulo, onde o júri foi instalado ontem. Segundo informou a assessoria, o procurador da república da Bahia, Vladimir Aras, solicitou um requerimento que foi negado pela juíza Paula Mantovani Avelino. O teor da solicitação não foi divulgado, mas pode ser sobre a tentativa de ouvir as testemunhas em guarani.
Por conta disso, o procurador se retirou do Fórum Criminal Federal e o julgamento foi suspenso. O advogado da área cível de Naviraí, Jonas Ricardo Correia, iria para São Paulo acompanhar o julgamento e recebeu a informação da suspensão.
"Fui informado que a juíza indeferiu o pedido para que as vítimas fossem ouvidas em guarani. Por conta do pedido negado, o MPF (Ministério Público Federal) se retirou do caso", contou ao Campo Grande News.
Não há nova data para que os trabalhos sejam retomados. A assessoria da Justiça Federal adiantou que o julgamento deve começar do ponto zero. Nesta terça-feira as vítimas dos capatazes Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde seriam ouvidas.
Em janeiro de 2003, o cacique guarani-kaiowá Marcos Veron, de 72 anos, foi morto a pauladas pelos funcionários da fazenda Brasília do Sul, em Juti, a 303 quilômetros de Campo Grande. Na fazenda estava localizado o acampamento Takuara. Outras sete vítimas também foram agredidas pelos capatazes.
O julgamento deve ser realizado ainda em São Paulo. A mudança foi solicitada pelo MPF para que o caso não tivesse decisão parcial, o que poderia acontecer se fosse realizado em Mato Grosso do Sul.