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Cidades

Júri está reunido para decidir se réus pela morte de Veron serão condenados

Marta Ferreira | 25/02/2011 16:27

Já estão reunidos, em São Paulo, os jurados que vão decidir se os três seguranas acusados pela morte do líder guarani-caiuá Marcos Veron, ocorrida em 2003, quando ele tinha 73 anos. O julgamento começou segunda-feira e é considerado histórico. A previsão é que a sentença saia dentro de 2 a 3 horas.

No quinto dia do julgamento, foi a vez dos debates entre acusação e defesa, na Primeira Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, sob a presidência da juíza federal Paula Mantovani Avelino. Não foram permitidas imagens do julgamento, realizado em São Paulo a pedido do MPF (Ministério Público Federal).

A transferência de Dourados para a capital paulista dada a polêmica provocada pelo tema na região, que concentra as mais acirradas disputas de terras entre fazendeiros e indígenas de Mato Grosso do Sul. Foi em uma área em disputa, a fazenda Brasília do Sul, que Veron foi morto.

O júri começou no dia 21. Foram sete vítimas, entre elas 4 filhos de Veron, cinco testemunhas de acusação, três delas indígenas, duas testemunhas de defesa e uma testemunha determinada pela juíza.

Ontem, os réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, prestaram depoimento. Eles são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e meio cruel, tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.

A acusação quer pena máxima, o que pode resultar em mais de 30 anos de prisão

Conforme a denúncia, os índios foram atacados na madrugada do dia 13 de janeiro de 2003, sequestrados, amarrados na carroceria de uma caminhonete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por sessão de tortura.

Um dos filhos de Veron, conforme a peça de acusação, quase foi queimado vivo. A filha do líder indígena, grávida de sete meses, foi espancada. Veron foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça e morreu por traumatismo craniano.

Os acusados negam o crime. A tese apresentada durante o júri é de houve um confronto entre os próprios indígenas e que eles teriam matado Veron, que não seria indígena e sim paraguaio.

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