Vereador e "o filho do demônio"
PALAVRAS DO PRESIDENTE – “Como presidente do Sindicato dos Radialistas do MS, em 2009, notificamos judicialmente as empresas que mantinham esses programas apresentados por políticos, bem como os próprios político-apresentadores”. ”... o STF praticamente desregulamentou a profissão de jornalista, ao deixar de exigir diploma para se conseguir o Registro Profissional na função, a nossa categoria também foi atingida”. ”... os que mais criticam, tanto o Sindicato dos Radialistas quanto o Sindicato dos Jornalistas, são os profissionais que jamais passaram perto da sede da entidade, que jamais se filiaram ao seu sindicato”. ”... Infelizmente as profissões mais desunidas são aquelas ligadas à área da comunicação. Radialistas e jornalistas falam de tudo, reclamam, cobram, criticam. Mas não valorizam a sua própria profissão.” (a) Lúcio Maciel.
CULPA EU? – Trechos de informações enviadas à coluna pelo presidente do Sindicato dos Radialistas do MS mostram que a conivência de alguns também colabora para o lado nada honroso da comunicação local. (Veja íntegra nos comentários da coluna do último dia 15).
INVERSÃO DE VALORES - A inquietude que a leitora Eliete Medeiros manifestou ante “essa tal "facilidade" que os políticos têm de ter o seu próprio programa” fica respondida –em parte- pela manifestação do presidente do Sindicato dos Radialistas. Ao invés de formar-se em comunicação para exercer função de jornalista, torne-se político detentor de mandato e alugue seu espaço na história desta empolgante profissão.
CURRICULUN EVITAE – Patinho feio da comunicação sul-mato-grossense, o jornalismo é tratado – por parte de proprietários de emissoras de rádio - como simples atendimento à exigência do Ministério das Comunicações. Não admitem jornalistas (com respectivos direitos trabalhistas) e ainda cobram por espaço a eles concedido. Para viabilização do informativo, profissionais têm a ‘oportunidade’ de pagar o aluguel e também ‘ganharem algum dinheirinho’, no raciocínio de tais ‘empresários’.
SE PLANTA COLHE – Sem demérito aos herois da resistência que são obrigados a essa prática, vemos gabaritados, habilitados e tradicionais jornalistas, de repente, transformados em vendedores de luxo de espaço publicitários radiofônicos e televisados.
MAIORÍA SILENCIOSA – Deputados estaduais e vereadores -que não têm programas de rádio ou TV- poderiam fazer indicações de interesse da classe jornalistas do estado. Permitir que as respectivas Casas do Povo abrissem licitações para que jornalistas aluguem espaço e apresentem programas jornalísticos diretamente de suas tribunas.
ANOS DE CHUMBO - Tal programação ocuparia o espaço dos legisladores que praticam a função de jornalistas em emissoras locais. A atuação parlamentar de cada um desses ‘apresentadores’ seria desenvolvida a partir das sedes de emissoras locatárias. Salários e outros penduricalhos financeiros ser-lhes-iam cortados para sentirem, realmente, o que é depender da função da comunicação para sobreviver. Chumbo trocado não dá dodói.
FUMAÇA PRETA – Em seu locado horário na Rádio Difusora, vereador vestiu carapuça de pastor que é e classificou de “filho do demônio”, autor de intriga entre ele e o prefeito da Capital. Na ira demonstrada pela ‘nobre excelência’, o eufemismo usado poderia ser mudado para “filho batuta”.
FUMAÇA BRANCA – O nobre edil justificou ausência dos dois primeiros programas de rádio informando sobre viagem para reunião de seu Partido, na cidade Maravilhosa. Depois “fui assistir ao jogo em que o Botafogo se classificou para a disputa final do campeonato carioca”, disse. Ninguém é todo de ferro; só a cara que é de pau.