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Em Pauta

A agricultura intensiva é tão sustentável quanto a eco

Mário Sérgio Lorenzetto | 10/03/2019 09:39
A agricultura intensiva é tão sustentável quanto a eco

A produção de alimentos para os humanos, é a principal ameaça para a vida no planeta. A produção agrícola e pecuária para alimentar os 7,5 bilhões de pessoas já ocupa 43% da terra disponível (sem contar desertos e regiões geladas). A porcentagem terá de aumentar para poder atender os outros 2,5 bilhões que se somarão em 2050. Mas, se esse aumento de alimentos for produzido pelo método tradicional, chamado "ecológico", não existirá espaço livre para a biodiversidade. Um amplo estudo - publicado na "Nature Sustainability", reunindo cientistas renomados - sugere que a agricultura e pecuária intensivas pode ser a resposta a esse dilema.

A agricultura intensiva é tão sustentável quanto a eco

Os trabalhos intensivos no campo necessitam de menos terra por unidade de produto.

O trabalho dos cientistas questiona várias ideias muito difundidas. O principal questionamento cai sobre a chamada agricultura sustentável, que para eles, não é tão sustentável como parece. Também afirmam que a agricultura intensiva não é tão danosa como divulgam. Para determinar, a pesquisa comparou quatro custos ambientais na produção de alimentos: as emissões de gases de efeito estufa, o uso da água, a filtração de nutrientes (nitrogênio e fósforo) e a ocupação da terra.
Os cientistas encontraram que parte importante da produção de alto rendimento têm um custo ecológico menor e, em especial, necessitam de menos terra por unidade de produto. Desta maneira, o presumível aumento da produção de alimentos exigiria ocupar menos superfície de terra que o chamado método orgânico de produção.
A chave do estudo está nessa mudança de cálculo. Até agora, a maioria dos estudos mediam os custos ambientais por unidade de área. Esse grupo de cientistas passaram a medir os custos ambientais por unidade de produto.
Assim, por exemplo, a produção de carne de vaca - a que têm maior custo ambiental junto com a de mariscos de fazendas na água - rebaixa seus impactos ambientais com os métodos da pecuária intensiva. A maioria das fazendas de gado na América Latina, usam métodos tradicionais, com os animais pastando livremente por amplas extensões de terra. Mas essa imagem bucólica esconde uma baixíssima produtividade, com até menos de uma cabeça de vaca por hectare e grandes impactos ambientais. No outro lado, a agricultura é um exemplo na produtividade. Com baixa ocupação de terra e aumento geométrico de produção, é o exemplo a ser seguido conforme os cientistas.

A agricultura intensiva é tão sustentável quanto a eco

Quanto custa uma picanha brasileira na Bélgica?

Quem vai a São Paulo sabe que as padarias da cidade são de propriedade dos portugueses e de seus descendentes. Na Bélgica é diferente. A comunidade lusa tomou conta dos açougues. Açougueiro bom, é português, com certeza. Via de regra, a carne bovina encontrada nos supermercados belgas é de má qualidade devido ao tempo de congelamento a que foi submetida.
Mas, quanto custa um quilo de picanha na Bélgica? A diferença astronômica de preços conforme a origem da carne surpreende e causa incômodo. Um quilo de picanha brasileira custa, em média, entre 13 e 14 euros. A picanha irlandesa é bem mais cara: varia entre 17 e 18 euros. Já a picanha argentina custa o "olho da cara": vai de 22 a 24 euros.
Indagado, um brasileiro que vive na Bélgica há vários anos, dá algumas pistas. Crê que a falta de propaganda da picanha brasileira condicione seu baixo preço.

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