A primeira grande feira do agronegócio foi a de Sorocaba
Mário Sérgio Lorenzetto | 25/07/2022 07:00
No século XVIII, havia comunicação entre pequenos e grandes povoamentos no território brasileiro. Do Rio Grande do Sul ao Amapá, da Paraíba ao interior do Amazonas, os moradores das vilas organizavam incursões de trocas. Muitos desses pontos de troca eram apenas currais de gado ou locais de descanso para as tropas que os conduziam ou grandes roças que geravam pequenas aglomerações humanas.
Mulas, o grande meio de transporte, e as bruacas.
Com frequência, a comunicação entre esses pequenos e médios mercados se fazia por meio de um novo tipo de caravana: a tropa de mulas, conduzida por um pequeno empresário, que contava frete para as cargas, especialmente de sal e tecidos, em função do peso da mercadoria e da distancia que iria percorrer. Também levavam grandes quantidades de "bruacas", uma panqueca típica do nordeste. Esse empresário, ao contrario de quase todos os negócios que existia no território brasileiro, recebia apenas em dinheiro. Eram os únicos que não se pautavam pela instituição do fiado.
Com frequência, a comunicação entre esses pequenos e médios mercados se fazia por meio de um novo tipo de caravana: a tropa de mulas, conduzida por um pequeno empresário, que contava frete para as cargas, especialmente de sal e tecidos, em função do peso da mercadoria e da distancia que iria percorrer. Também levavam grandes quantidades de "bruacas", uma panqueca típica do nordeste. Esse empresário, ao contrario de quase todos os negócios que existia no território brasileiro, recebia apenas em dinheiro. Eram os únicos que não se pautavam pela instituição do fiado.
400 tropas por semana.
Ainda que pouco estudado, o negócio das mulas era vital para o país. O maior caminho de tropas ligava o Rio de Janeiro às mais importantes cidades de mineradoras de Minas Gerais. Por lá, circulavam 400 tropas por semana. Outra grande rota unia a região mineira a São Paulo. Neste caso, também eram significativos os lucros com as vendas das próprias mulas.
Ainda que pouco estudado, o negócio das mulas era vital para o país. O maior caminho de tropas ligava o Rio de Janeiro às mais importantes cidades de mineradoras de Minas Gerais. Por lá, circulavam 400 tropas por semana. Outra grande rota unia a região mineira a São Paulo. Neste caso, também eram significativos os lucros com as vendas das próprias mulas.
A grande feira de Sorocaba.
Os criadores de mulas estavam quase todos no território espanhol da Bacia do Prata. Do Paraguai, rumavam para os pastos de recria nas cercanias de Curitiba. Adultas, eram conduzidas até Sorocaba. E foi nessa cidade histórica paulista que criaram uma grande feira anual, a primeira do Brasil.
Os criadores de mulas estavam quase todos no território espanhol da Bacia do Prata. Do Paraguai, rumavam para os pastos de recria nas cercanias de Curitiba. Adultas, eram conduzidas até Sorocaba. E foi nessa cidade histórica paulista que criaram uma grande feira anual, a primeira do Brasil.
10 mil mulas por feira.
Não demorou para essa feira refletir o dinamismo da região. Na segunda metade do século XVIII, eram ali negociadas mais de 10.000 mulas por ano, o suficiente para abastecer 1.200 tropas novas que surgiam como por encanto em todo o país. Os compradores adestravam os animais adestrando-os com as mulas mais velhas.
Não demorou para essa feira refletir o dinamismo da região. Na segunda metade do século XVIII, eram ali negociadas mais de 10.000 mulas por ano, o suficiente para abastecer 1.200 tropas novas que surgiam como por encanto em todo o país. Os compradores adestravam os animais adestrando-os com as mulas mais velhas.
As tropas de mulas que chegavam em MS.
As mulas seguiam sobretudo para a região de Minas Gerais. Com isso, essa região passou a ser outro centro importante de tropas de mulas. No final desse século, Mato Grosso do Sul e Goiás passaram a receber tropas saídas de Minas Gerais. Boa parte levava mercadorias que tinham origem no Rio de Janeiro.
As mulas seguiam sobretudo para a região de Minas Gerais. Com isso, essa região passou a ser outro centro importante de tropas de mulas. No final desse século, Mato Grosso do Sul e Goiás passaram a receber tropas saídas de Minas Gerais. Boa parte levava mercadorias que tinham origem no Rio de Janeiro.