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Em Pauta

A reciclagem e os ignorantes incendiários do Pantanal

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/01/2023 06:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A reciclagem de lixo, embora muitas vezes considerada uma invenção do movimento ambientalista, tão moderna quanto as sacolas de plástico que enchemos atualmente com embalagens de detergente e latas de cerveja, é uma arte antiga. Valas de compostagem eram empregadas pelos cidadãos de Creta, há quatro mil anos. Grande parte da Roma medieval foi construída com materiais extraídos das ruínas da cidade do período imperial.


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Compostagem e adubação promoveram o crescimento populacional.

A reciclagem de lixo - na forma de compostagem e adubação - desempenhou um papel crucial na explosiva expansão das cidades medievais europeias. Uma densa concentração de seres humanos exige, por definição, uma significativa absorção de energia para se sustentar, exige comida. As cidades medievais não dispunham de rodovias ou cargueiros para o transporte de alimentos e, assim, o tamanho de suas populações estava limitado à fertilidade do solo que as circundavam. Se a terra pudesse prover alimentos para cinco mil pessoas, a população estava limitada a esse número. Ao restituir à terra o lixo orgânico que produziam, as cidades medievais aumentaram a produtividade do solo, elevando, portanto, a quantidade de pessoas que nelas podiam viver. E, consequentemente, produzindo mais lixo - e cada vez mais solo um fértil. Um ciclo foi formado pela sabedoria dos holandeses, que melhor diagnosticaram e resolveram o problema da concentração populacional. Isso mesmo, transformaram pântano (Pantanal) em terra fértil usando lixo orgânico.


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As matas e a reciclagem.

Os mais diversos ecossistemas do planeta têm como atributo crucial - surpreendam-se - a reciclagem do lixo. As matas e florestas têm um grande valor, por desperdiçarem muito pouco a energia solar, graças a seu extenso e interligado sistemas de organismos - vegetais e animais - que exploram cada nicho mínimo do ciclo nutriente. A diversidade de uma mata não é apenas um caso curioso de multiculturalismo biológico, mas reside no fato dessa mata realizar um grande trabalho de captura da energia solar. Uma plantinha - ou um inseto - ao absorver energia, gera resíduos. Esse resíduo se torna uma nova fonte de energia para outro indivíduo. Essa eficiência das matas é a grande razão que comprova a ignorância de quem promove as queimadas em nossas matas. Queimar uma mata é tornar o solo muito pobre, logo a seguir, incapaz de criar vaca ou plantar soja. Precisará, após a queimada, enriquecê-lo. E isso custa caro. Não os chamarei de burros para não ofender nossos gentis amigos de quatro patas.

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