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Em Pauta

A Revolução da medicina unida com a fé. Paracelso e Dr. Jesus

Doutor Jesus e Paracelso

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/08/2020 08:44
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Até o século XV a medicina estava restrita à cidade de Bagdá. Essa cidade foi construída para ser a "Casa da Sabedoria", a capital de todos os conhecimentos científicos do mundo. Na Europa já existiam médicos, cirurgiões e farmacêuticos há muitos séculos. Os primeiros cursos de medicina começaram no século XII. Todavia, não gozavam de credibilidade.
Talvez você suponha que, quando as pessoas adoeciam, chamavam um médico ou, quando se feriam, um cirurgião. Não era assim. A imensa maioria preferia não gastar dinheiro com médicos. Mandavam chamar um padre para socorrer sua alma. Nos casos em que a família não podia cuidar delas, pagavam a enfermeiras locais para tentar aliviar-lhes a dor, lavar suas roupas e cozinhar.


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Menos de um em quinze homens pagavam médicos.

Constatou-se que, em 1.600, menos de um em cada quinze homens dotados de razoáveis recursos financeiros pagava pelos serviços de um médico quando se achava à beira da morte. Mas os homens ricos começaram a pagar médicos com alguma regularidade. Quase ao mesmo tempo, ocorreu uma mudança extraordinária: as paróquias começaram a contratar médicos. Em 1.700 a maioria das pessoas desejosas de desfrutar de assistência médica conseguia obtê-la.


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Doutor Jesus.

Em 1.600, mais de 90% dos doentes graves simplesmente mandavam chamar o padre. O médico Jesus era o único de quem eles precisavam. A ênfase não estava na recuperação do paciente, mas na redenção de sua alma por meio do sofrimento. A procura era por uma "boa morte" e não pela cura das doenças.


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Doutor Paracelso.

À medida que o século avançou ocorreu uma abordagem mais rigorosa da medicina. Agora, os textos de Galeno não eram mais usados para instruir os alunos. William Harvey publicou um livro sobre a circulação sanguínea, em 1628, um marco na compreensão do corpo humano. Outros tantos textos foram produzidos. Mas o verdadeiro desencadeador de mudanças foi um arrogante gênio suíço. Seu nome Philippus Aureolus Theophastros Bombastus von Hohenheim , foi esquecido, sobrou apenas seu apelido: Paracelso. Pregava o uso de medicamentos à base de metais e substâncias medicinais naturais.


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O estoque farmacêutico e os "doutores".

Em número cada vez maiores, farmacêuticos de toda Europa começaram outra profunda transformação. Consorciados com os médicos, passaram a estocar medicamentos como os preconizados por Paracelso - à base de metais e de substâncias medicinais. Ganhavam tempo, salvavam vidas.
Paralelamente, os médicos começaram a ser chamados de "doutores" - como se todos tivessem doutorado em medicina. O fato é que passaram a receber a confiança e o respeito por sua competência antes inexistente.


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O exame moral valia mais que o conhecimento científico.

Boa parte dessa revolução ocorreu em perfeita comunhão com os padres. Mas ser um padre da paróquia não era tao simples. Além do óbvio conhecimento científico tinha de passar por um exame de seus valores morais para que se tivesse certeza de que eram canais confiáveis do poder curativo de Deus. De certa maneira, os médicos passaram a obter parte do poder divino dos padres.


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Deus estava gerando antídotos para as doenças.

Também vem desse século a descoberta de espécies mais exóticas da flora e da fauna, obtidas em lugares longínquos. A cloroquina que vocês estão tomando faz parte dessa história. No século XVII, a descoberta da quina, no Peru, parecia confirmar a crença de que Deus estava gerando antídotos para as doenças. Sua casca permitia um tratamento eficaz da malária, a doença que mais matou seres humanos em toda a história. Não é difícil enxergar os poderes mágicos que estão dando à cloroquina. Em 1.600 havia um forte contexto religioso tanto para o médico que ministrava o remédio quanto para o medicamento em si. Tomar as cloroquinas que surgiam não era igual a uma prece, mas, mesmo assim, significava se colocar nas mãos de Deus.

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