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Em Pauta

A vacina russa serviria a Bolsonaro de contraponto a vacina de Dória

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/01/2021 08:02
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A vacina AstraZeneca entrou em um sumidouro. Ninguém sabe quando estará sendo aplicada nos braços brasileiros. As diminutas 2 milhões de doses vindas da Índia, chegaram depois de um descomunal esforço governamental. As próximas doses chegarão em uma data que ninguém sabe determinar. Parte importante do mundo entrou em uma guerra fraticida por essa vacina barata e eficaz. À saída imaginada pelos articuladores de Brasília é adquirir a vacina russa que está sendo fabricada, experimentalmente, em Brasília, pela indústria farmacêutica brasileira União Química.


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O jogo político da União Química.

A história dessa empresa começa em 1936. Foi fundada em Itapira, no interior paulista para produzir digestivos, tônicos e remédio para micose. Atualmente, pertence a Fernando de Castro Marques, que em 2018, concorreu em Brasília ao Senado, pelo Solidariedade, partido vinculado a Bolsonaro. Concorreu, mas não levou, como o candidato brasileiro com maior patrimônio, nada menos de R$ 667 milhões.


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O avanço da Sputnik V no mundo.

Com uma efetividade anunciada pelos russos de 91%, mas nunca comprovada, a Sputnik V está sendo aplicada ou em vias de ser entregue em uma dezena de países. Além da Rússia, o primeiro a recebê-la, foi a Bielo Rússia, um país que orbita dentro dos interesses russos. Depois, Argentina (com festa e estrépito), Bolívia, Paraguai, Venezuela, Turcomenistão, Emirados Árabes e Palestina, aderiram à Sputnik. A seguir, dois países europeus - Hungria e Servia, completaram o portfólio de vendas dessa vacina. Hoje, devem finalizar a venda para o México. Como se vê, à exceção da Argentina e do México, nenhum desses países dispõe de um órgão com capacidade histórica de avaliação e fiscalização de medicamentos e vacinas.


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Os reclamos dos petistas baianos.

Todos os movimentos políticos devem ser bem observados. Aquilo que parece, muitas vezes não é o que pensamos ser. O caso da Sputnik V é uma lição. Se essa vacina é uma boa saída para Bolsonaro no embate vacinal com Dória, quem grita e esperneia por ela são os petistas baianos. Recorreram ao STF para que a Sputnik V seja liberada sem o aval da Anvisa. Do lado do governo, quem assina o interesse é o Ministério da Saúde. "O ministério está disposto a formalizar tratativas comerciais para aquisição eventual do imunizante [Sputinik V].


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A Anvisa arrocha.

No dia 25 de janeiro, a União Química reuniu-se com a Anvisa. Esperava sair com algumas facilidades. Recebeu um tremendo arrocho. A agência reguladora brasileira exigiu que fossem realizados testes de fase 3  - em dezenas de milhares de pessoas - no Brasil. Poderia facilitar sem incorrer em qualquer tipo de improbidade, bastava exigir que as pesquisas da Sputinik V fossem publicadas. Seriam 8 milhões de doses mensais para os braços brasileiros. Permanecendo essa duríssima decisão, é bem provável que a Sputnik V seja fabricada no Brasil para ser exportada. Só em uma data próxima ao segundo semestre poderia ser adquirida pelo governo federal. A Anvisa se comportou como uma máquina de parafusar, arrocha até espanar.
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