Bolsonarismo na Polícia Militar: até onde vai essa relação?
Nos dois primeiros anos de governo, entre 2019 e 2020, o presidente participou de 24 formaturas de cerca de 13.500 policiais e militares. Média de uma por mês. Durante tais eventos, Bolsonaro costuma discursar enaltecendo o trabalho policial e seu próprio governo. Os números mostram, com clareza, o interesse, e a forte relação, entre o presidente os policiais militares.
Um em cada 4 praças da PM interage radicalmente na internet.
Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que um a cada quatro praças da PM interage na internet em ambientes bolsonaristas radicais. A cada três oficiais da PM, um também participa nesses ambientes, defendendo pautas extremistas.
Policial não tem tanque, não tem canhão.
Alguns estudiosos do meio policial mostram-se despreocupados com um possível golpe policial militar. O argumento é simples (ou simplista): policial militar não tem tanque, não tem canhão. Para eles, quem pode dar o golpe é o exército. Mas, para a quase totalidade dos políticos o quadro é preocupante: assim como alguns generais do Exército, acreditam que as quarteladas estão sendo gestadas no meio da Polícia Militar.
Alguém respeita as leis que impõem limites à PM?
Um policial militar não pode se sindicalizar, realizar greves, filiar-se a um partido, participar de manifestações politico-partidária, usar as redes sociais se identificando com a corporação pelo uso da farda, distintivos, insígnias, ou designação hierárquica para expor preferência política ou ideológica e nem fazer propaganda política. Os policiais da reserva podem quase tudo, desde que não usem a farda, designação hierárquica ou símbolos da corporação. Todavia, no país marcado pela bagunça eterna, desde Pedro Álvares Cabral, quem respeita tais leis?