Como os estudantes viviam na época do descobrimento
Há uma ideia concebida de que os primeiros portugueses e espanhóis que chegaram ao Brasil eram cultos e nobres. Nada mais equivocado. Via de regra, eram analfabetos e pobres. O ensino era ministrado para pouquíssimas pessoas, geralmente apenas para aqueles que dispunham de grandes fortunas. Mesmo para esses privilegiados, a vida em uma escola era duríssima.
Ler, escrever e calcular.
Era um período da história em que começaram a dar importância para as escolas. A educação primária, ministrada em uma pequena rede de escolas paroquiais ou particulares muito baratas, ensinavam apenas a ler, escrever e calcular. A educação secundária, ao contrário, era voltada apenas para os ricos e nobres, que buscavam lugar em uma faculdade de direito, medicina ou teologia. Para isso, estudavam gramática, retórica, humanidades e filosofia, sempre em latim.
Prisioneiros do colégio.
Para o ensino secundário, os alunos ingressavam no colégio aos dez anos de idade. Paris era a cidade que possuía mais escolas secundárias na Europa, mas eram apenas 50. Os estudantes viviam presos no colégio. Eram proibidos de sequer chegarem à porta, que eram fechadas às nove horas da noite e as chaves entregadas ao diretor.
Missa, comida pobre e livros proibidos.
Os alunos eram obrigados a acordar cedo e irem à missa. Diariamente, almoçavam com o diretor e os professores. A comida era extremamente pobre, uma coxa de galinha era repartida entre oito alunos. Pelo menos uma vez por mês o diretor fiscalizava as camas do alunos para descobrir se estavam lendo algum livro proibido. Isso significa, na prática, que todos os livros eram proibidos, à exceção dos recomendados pelo diretor.
Castigos físicos.
Era comum ver professores andando com varetas. Serviam para açoitar os alunos que reclamassem ou tivessem dificuldades nas lições. Os estudantes andavam com um gorro redondo e uma longa túnica, amarrada com um cinto. Já o professor andava com uma vestimenta cerimoniosa, semelhante à usada pelos atuais juízes: uma túnica que chegava aos pés, de mangas longas e uma "esclavina" - uma espécie de capa curta levada ao ombro.