Grande vitória da ultradireita foi na Holanda e não na Argentina
Espocar de rojões. Não havia jogos de futebol e nem era dia sacro, só podia ser a vitória de Milei na Argentina. A impressão era de que a política está sendo acompanhada com a perspectiva do bairro, do umbigo. A Argentina não tem peso no contexto global, significa, aproximadamente, a vitória do Taveirópolis sobre o Comercial. O que mexe, de fato, no tabuleiro mundial é a vitória de Geert Wilders, dos ultras na Holanda.
Cai o principal alicerce da União Europeia.
Os Países Baixos, como a Holanda deseja ser chamada, foi o principal motor da organização da União Europeia. E assim permaneceu até agora. São seus políticos que desempenham um papel primordial na manutenção dessa unidade indesejada pela ultradireita. Essa é a principal bandeira da extrema direita europeia: derrubar sua união. Também há em comum entre os vários partidos ultras o endurecimento nas políticas migratórias e ambientais. Com Wilders em Haia, a extrema direita está convicta de que no mínimo bloqueará a ampliação da União Europeia.
E vem mais a seguir.
Parecia que a extrema direita tenha levado uma freada brusca. Em julho foi muito mal na Espanha. Em setembro foi a vez da derrota na Polônia. Mas estão liderando as pesquisas de opinião na França, Itália, Áustria, Bélgica e Hungria.
Surge a extrema esquerda.
Já não é novidade ver os partidos de centro sofrendo uma derrota após outra para os ultras. Mas há uma novidade surgindo na Alemanha: a extrema direita está perdendo votos para a extrema esquerda. Formou-se um novo partido, comandado por Sarah Wagenknecht, que saiu do neocomunista Die Linke, muito mais radical que os comunas. A grande surpresa, no entanto, é que em pouquíssimo tempo passou dos dez por cento de intenção de votos e tomou alguns percentuais da ultradireita Alternativa para a Alemanha - AfD. Tempos de extremos?