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Em Pauta

Há pessoas imunes ao coronavírus que não desenvolvem anticorpos

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/06/2020 08:14
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Seis meses depois da chegada da pior pandemia do século XXI persistem importantes dúvidas sobre o nível de proteção das pessoas depois de passarem pela infecção causada pelo vírus. Quase todos os cientistas e médicos estão voltados para a produção de anticorpos como responsáveis por vencer a batalha. Essas proteínas são uma das armas que nosso corpo dispõe para bloquear a entrada do vírus em nossas células. Apesar de extremamente famosas, são na verdade uma das maneiras de nosso sistema imune nos proteger. Mas as perguntas, diretamente relacionadas com os anticorpos continuam sem respostas. Depois da infecção nos tornamos imunes? Por quanto tempo? Há pessoas que tem mais imunidade que as outras?


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Uma pesquisa preocupante.

Uma pesquisa realizada na China com 40 pessoas trouxe sinais preocupantes. Apesar de ter sido realizada com um número muito pequeno de voluntários, foi randomizada e analisada por outros cientistas. Equivale a dizer que é uma pesquisa pequena mas que só pode ser rebatida por outra com milhares de pessoas. Ela mostrou que esses voluntários não tinham sintomas, mas estavam infectados. Também mostrou que essas pessoas eram potencialmente mais contagiosas. O mais inquietante da pesquisa, todavia, foi mostrar que os participantes tinham níveis baixíssimos de anticorpos, caiam com o passar dos dias e, depois de dois meses, desapareciam. Em tese, se essas pessoas voltassem a encontrar o vírus, teriam nova infecção, não estavam imunizadas.


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Mas há outros defensores do nosso organismo....

A notícia chinesa é desalentadora. Mas nem tanto. Há outro tipo de defesa que pode ser tão ou mais potente que os anticorpos, mas não dispõem da mesma fama. Está baseada em células sanguíneas conhecidas como linfócitos. Há dois tipos de linfócitos especialmente importantes: os chamados "CD8", capazes de matar as células infectadas, e os "CD4", que fabricam novos anticorpos no caso do vírus regressar semanas ou meses depois da pessoa ter superado a primeira infecção.

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100% de imunidade celular e não por anticorpos.

Essa imunidade adquirida por linfócitos - e não por anticorpos - acaba de ser comprovada na Alemanha. Uma pesquisa foi feita em Tubinga, em um hospital alemão, com 180 pessoas infectadas e 185 pessoas sadias, não infectadas. Em uma parte dos infectados não havia nem rastro de anticorpos. Isso quer dizer que se fossem feitos testes, eles apareceriam como não infectados, mas em realidade são pessoas que passaram pela enfermidade e têm linfócitos com memória para desenvolver anticorpos e protegê-los de novas infecções. Mais de 80% dessas pessoas tinham esses tipos de linfócitos.


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Italianos mostram que os anticorpos não fazem falta.

Outros dois estudos feitos na Itália demonstraram que os anticorpos não fazem falta para derrotar o coronavírus. Os dados provém de pessoas com "agamaglobulinemia", uma enfermidade genética que os impede ter anticorpos. Os estudos demonstraram que vários infectados, que sofriam de agamaglobulinemia, superaram a covid-19. Alguns deles nem mesmo sentiram que tiveram a infecção. Todo mundo estava se esquecendo que o sistema imunológico é como o nosso cérebro: é altamente complexo e tem memória.


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As vacinas brasileira, espanhola e chinesa são melhores que a norte americana?

Esses estudos da Alemanha e da Itália trouxeram um novo debate ao mundo científico. As vacinas brasileira, espanhola e chinesa - baseadas em vírus atenuados - gerariam uma resposta imune mais completa que a da empresa Moderna (dos Estados Unidos), centrada em um só antígeno? Ainda não há resposta para essa indagação, mas os indícios não são promissores para a dos EUA. Vale lembrar que a vacina brasileira e a espanhola estão em fase inicial. Também é importante ressaltar que a da Moderna é considerada a hightech das vacinas mundiais, fruto de laboratórios sofisticadíssimos e com facilidade de ter muito mais cópias que as demais em curto espaço de tempo.

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