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Em Pauta

"Morena" é uma cobra terrível, jamais deveriam associar à CG

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/10/2022 07:00
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Na ilha de Capri, cujas paisagens foram utilizadas para o desfrute de imperadores da Antiga Roma, ainda é possível ver piscinas da época, de quando Tiberio e seu sobrinho Calígula se divertiam atirando escravos para que servissem de banquete para as "morenas". "Estar condenado às morenas" era uma frase feita comum nessa época, significava ter uma morte horripilante.


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Morena está extinta? Cuidava dos dentes.

Morena era - ou é, há dúvida sobre sua extinção - um peixe com aspecto de serpente marinha que provocava uma mordida intensa, semelhante à de um cachorro que morde e não larga a vítima. Era um peixe inimaginável, cuidava de sua saúde bucal. Para isso, usava camarões que se alimentavam dos resíduos que ficavam entre seus dentes. A morena nunca comia um camarão, da mesma maneira que nós também não comemos nossas escovas de dente.


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As morenas mascotes.

Houve quem converteu as morenas em mascote e a tratava como animal de companhia. Quem conta é o famoso Plinio O Velho, em seu best seller "História Natural". Fala de um Cônsul denominado Hortênsio, famoso por sua oratória e voz melodiosa. Hortênsio tinha uma piscina, conforme Plinio, com uma morena que lhe dava tanto carinho que acabou em depressão quando a morena morreu. Se não bastasse, Antônia, mulher de Cláudio Nero, colocou enfeites de pedras preciosas em outra morena.


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Dentes na garganta.

A relação do humano com essa serpente marinha, de feiura extrema, e dentes na garganta, é muito estranha. Quem tinha coragem para pescá-las praticava um ritual único na história da pescaria. "Come morena, come", cantavam os pescadores, ao mesmo tempo que assoviavam enquanto lançavam um pedaço de sebo preso a um anzol. Em seguida, faziam movimentos circulares com a vara de pescar entre as rochas para que as morenas saíssem do esconderijo.
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