ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 22º

Em Pauta

"Nobres" do Brasil não foram convidados para coroação de Carlos III

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/05/2023 07:15
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Os jornais nacionais noticiaram o óbvio: a "nobreza" brasileira não foi convidada para a festa inglesa de coroação do rei Carlos III. Essa possibilidade nunca existiu. Os ingleses em geral, inclusive seus nobres, não suportam a família real brasileira e a da Bélgica desde a época da abolição da escravatura. A campanha inglesa abolicionista foi centrada contra a realeza brasileira e belga. Pedro II, do Brasil e Leopoldo II, da Bélgica, que explorava a escravidão no Congo, eram os mandatários mais odiados na Europa.. Homens notadamente cruéis no trato e na tortura de escravos, foram eliminados de qualquer relacionamento com as famílias reais europeias. Ficaram tão isolados que só mantinham relações entre si. Seus filhos e filhas não conseguiam casar com nenhum nobre europeu, tiveram de constituir matrimônios somente entre brasileiros e belgas. Também não se pode esquecer que a marinha inglesa bombardeou o Porto de Paranaguá, no Paraná, exigindo de Pedro II o fim da escravidão. Em suma, Pedro II e Leopoldo II eram tão mal vistos no século XIX, quanto são Hitler e Stálin nos dias atuais.


Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Propaganda inglesa: pelourinho, maçã da morte e navio negreiro.

A propaganda abolicionista inglesa, feita não só nos jornais, mas em panfletos distribuídos de casa em casa, mostrava a crueldade de Pedro II e Leopoldo II utilizando imagens dos pelourinhos brasileiros, de uma arma de tortura inventado pelos belgas denominada "maçã da morte" e navios negreiros. O pelourinho era um poste colocado nas praças das principais cidades para prender escravos, acoitá-los e até mesmo enforcá-los. A maçã da morte belga era um instrumento metálico de tortura com o formato de uma maçã que, uma vez colocada e presa na boca do escravo, disparava finas agulhas que perfuravam várias partes da boca, prendendo o instrumento no palato e na bochecha. Os navios negreiros carregavam escravos deitados e presos por correntes durante toda a viagem, matando muitos deles. Além de incomensuravelmente burro, era um filme de terror.


Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Do abolicionismo ao movimento sufragista.

Apesar de na época as mulheres não terem direito ao voto, foram peça-chave na luta inglesa abolicionista. Além de contribuírem com as dezenas de comitês oficiais contra a escravidão, elas fundaram suas próprias instituições, denominadas "Sociedades Femininas". Um nome que deve ser sempre lembrado é o de Elisabeth Heyrick, tida como a mais radical abolicionista. É de sua lavra o primeiro panfleto exigindo abolição imediata e não gradual. A campanha pela abolição acabou fortalecendo outro movimento - o das sufragistas, pelo direito de voto para as mulheres.

Nos siga no Google Notícias