O ano em que o mundo ardeu. A devastação das chamas florestais
Nesta semana, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, revelou que o desmatamento na Amazônia cresceu 9,5% entre agosto de 2019 a julho de 2020 e a região perdeu mais de 11 mil quilômetros quadrados de florestas. Um recorde. Sem margem de dúvida, outros recordes aguardam na fila.
Pela primeira vez na história, o Pantanal teve 27% de suas matas em chamas. Para um ecossistema acostumado a queimadas regulares e controladas, que não o prejudicam, a sanha dos fazendeiros "estrangeiros" também bateu recorde. Outros virão. Há pouca margem para dúvidas.
Mas enganam-se aqueles que imaginam que somos os grandes "Neros do mundo". O mundo está ardendo. As chamas estão se tornando mais vorazes.
Os Estados Unidos também bateram recordes incendiários.
Quase 2 milhões de hectares na Califórnia foram incendiados em 2020 - cerca de 4% da área do Estado e mais do que o dobro do seu recorde anterior de incêndios florestais. No Colorado, o incêndio florestal também quebrou todos os recordes anteriores. O Oregon viu uma das temporadas de incêndios mais destrutiva de sua história, com mais de 4.000 residências destruídas. Os dias quentes, secos e ventosos - ideais para a propagação do fogo - foram triplicados nos Estados Unidos.
A África ardeu em chamas.
Somente em Angola e na República Democrática do Congo havia mais de 10.000 fogos ativos. Assemelhavam-se aos fogos nativos ancestrais do Pantanal, controlados. Mas vem decrescendo. Eram queimados 340 milhões de hectares em 2003. No último levantamento, caiu para 300 milhões. Estão enfrentando graves problemas ocasionados por fazendeiros inexperientes. Agora, 10% dos incêndios, calcula-se, fogem do controle e são responsáveis por 90% da superfície que queima sem que os demais fazendeiros desejem. É exatamente como estão comparando. O Pantanal virou uma África.
Florestas tropicais da Indonésia.
As províncias de Sumatra e Kalimantan Central continuam sofrendo com incêndios florestais anuais. O Greenpeace afirmou que mais de 64.000 hectares de florestas haviam sido queimados até julho. Todavia, esse número é menor que o do ano anterior. Em Kalimantan Central estava difícil debelar 700 focos de incêndios florestais.
A Sibéria viu suas florestas arderem.
Nem um dos lugares mais frios do mundo escapou do impacto das chamas. Queimaram a vegetação nativa - a tundra - e cobriram de fumaça as cidades siberianas. Esses incêndios siberianos emitiram um recorde de 244 megatoneladas de dióxido de carbono, 35% a mais do que todo o ano passado.