O Bom Parlamento Inglês de 1376 e o impeachment
O "Bom Parlamento" foi assim denominado por, pela primeira vez, trazer à tona denúncias contra a corrupção de altos funcionários, de gastos extravagantes e do insucesso da Inglaterra na Guerra dos Cem Anos. O Bom Parlamento criou o impeachment para expulsar Lord Latimer e outros de seu meio, bem como de Alice Perrers, a amante do rei, da corte. No final, após as expulsões, tudo que o Bom Parlamento havia realizado foi desfeito por John of Gaunt, duque de Lancaster, nas sessões parlamentares de 1377.
O Bom Parlamento estava inserido em meio ao poder crescente dos comuns. Leia-se "comuns" como uma burguesia ascendente que encontrava forças para os embates pelo poder com os nobres. Os principais acusados foram William Latimer, camareiro do rei e conselheiro privado, bem como Richard Lyons, agente do rei com os comerciantes.
Latimer foi considerado culpado em uma série de malversações: teria comprado algumas dívidas do rei e recebido muito além do que era legal, extorquido enormes somas dos bretões, de ter vendido o castelo de S. Sauveur aos inimigos, impedido o socorro de Becherel na guerra e interceptado uma grande parte do dinheiro que, a título de multa, deveria ter ido para os cofres reais. Richard Lyons tinha sido parceiro de Latimer em algumas fraudes financeiras gigantescas. Em um dos casos mais rumorosos, a dupla havia emprestado 20.000 marcos e recebido 20.000 libras em pagamento. Também haviam antecipado e aumentado as taxas de importações nos diversos portos em todo o reino.
O dinheiro havia sido, novamente, desviado para seus bolsos. Eles tentaram subornar o Rei e o Príncipe de Gales para intercederem em seu favor, o rei levou a tentativa na brincadeira e o príncipe negou a tentativa. Por ultimo, procuraram John Neville de Raby, o mordomo do rei, que acabou sendo implicado no impeachment. Determinou-se que as acusações contra Latimer ficaram comprovadas. Ele não só perdeu o cargo como também seu escritório e foi condenado à prisão.
No entanto, logo a seguir, foi solto sob fiança. Lyons seguiu o mesmo rumo de Latimer - prisão, perda de poder e confisco de bens. Incentivado pelo sucesso, o Bom Parlamento, submeteu ao impeachment Alice Perrers, a amante do rei. A pena de Alice foi o banimento e a perda de poderes na corte. Vários outros culpados menores também foram penalizados. O senhor Neville foi objeto de uma petição para remoção da corte, bem como sir Richard Sturry, cortesão de Lollard, que recebeu a mesma pena. E o processo continuou... parecia não ter fim.
O jogo de pressões na aquisição de terras para a lavoura.
O Brasil está barato para os estrangeiros e a lavoura é um dos únicos setores que sobraram em termos de bons negócios. Esse quadro facilitaria a aquisição de terras agricultáveis por estrangeiros, todavia, a legislação abre poucas possibilidades para que esse aporte de recursos do exterior venha a ocorrer, quase não existem brechas para esse negócio. E há ainda outra variável travando a entrada de dinheiro estrangeiro na compra de terras: a resistência dos próprios produtores em vender suas terras diante do atual patamar de baixa nos preços. A pressão é grande. Os custos de produção estão corroendo o dinheiro do agricultor. O setor está repleto de falências e atrasos no pagamento de dívidas. Na outra ponta, fabricantes e distribuidores de insumos têm sofrido com as reduções de vendas e compressão dos lucros.
Para o lado dos estrangeiros o único receio é com as incessantes notícias de uma "Venezuelização" de nossa economia. Há a preocupação, exagerada, de que nos tornemos uma Venezuela, com expropriações de patrimônios de estrangeiros. O belga Patrick Ledoux, da empresa britânica Actis, com capital de US$ 1,7 bilhão voltado para o agronegócio é quem garante: "O estrangeiro não quer saber se a economia está mal ou se há corrupção demais - corrupção tem em todos os países, em menor ou maior grau. A pergunta que me fazem é como estão as instituições brasileiras". Há preocupação de que o Brasil "se torne uma Venezuela", diz o belga.
Queda no preço da celulose é preocupante.
Os preços da celulose de eucalipto (fibra curta) entraram em queda em 2016. A cotação da commodity caiu para US$ 718 por tonelada na Europa e US$ 505 na China, desvalorização, em média, de 10% na Europa e de 17% no país asiático. A tendência é de continuar em queda com a entrada em operação de novas fábricas. Há um temor antigo, anunciado nesta coluna há dois anos de que não "cabiam" novas fábricas de celulose de eucalipto no mundo. A queda não é decorrente do desaquecimento dos mercados mundiais, pelo contrário, eles continuam estáveis ou em evolução. O maior dos problemas está na oferta exagerada de celulose no mundo. Para aumentar ainda mais a preocupação - no segundo semestre será inaugurada uma fábrica de celulose e papel de 2,5 milhões de toneladas por ano na Indonésia e no fim de 2017, será a vez da Fibria, de Três Lagoas, colocar em funcionamento a expansão de sua fábrica com a produção de novas 1,75 milhão de toneladas de celulose anualmente.
Preços de fertilizantes animam produtores rurais.
A queda nos preços internacionais dos fertilizantes - reflexo da hiper oferta e da demanda fraca -, a recente reação do real ante o dólar e os preços dos grãos ainda em alta no mercado doméstico, criaram um bom cenário para a antecipação das compras de adubos pelos produtores rurais brasileiros. O momento é favorável à antecipação, uma vez que o insumo ajudará a manter os custos de produção da safra 2016/2017. Os insumos potássicos registraram queda média de 2,6%, os nitrogenados de 1,9% e os fosfatados de 0,9%.
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