Para 78% dos brasileiros, políticos estão enganando
A fé no sistema econômico global passa por más horas. Tal leitura é possível depois de uma leitura dos resultados do mais recente barômetro da confiança feito pela consultora Edelman, uma das mais reconhecidas do mundo, que foi apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Bastaria mencionar que dos 28 países onde ocorreram 36 mil entrevistas, em 24 deles os cidadãos consideram que o nível de suas famílias será pior nos próximos cinco anos.
Argentina levanta a taça.
A Edelman elencou os seis países mais polarizados. Pode parecer inacreditável, mas o Brasil não está nesse Top 6. A lista trás a Argentina como o país mais polarizado, seguido pela Colômbia, Estados Unidos, Espanha, Suécia e África do Sul. Todavia, há esperança. Em todos eles a pergunta sobre as dificuldades de superar essa divisão não obtiveram respostas tão negativas.
No Brasil, governos e mídias não são confiáveis.
"Governos e mídia não são considerados confiáveis, nem competentes ou éticos. O índice de confiança nos governos é de tão somente 34". Vale para o fim do governo Bolsonaro e os primeiros dias de Lula. Mídia engloba imprensa, redes sociais e mecanismos de busca. O índice de confiança da mídia é bem melhor que dos governos: 47%.
Autoridades são responsáveis pela polarização e desinformação.
Com tudo que vem ocorrendo, há uma sensação de que os brasileiros são bobos ou estão em transe. Nada mais falso. Polarização política e informações falsas impactam a confiança nas autoridades. Novamente, vale para Bolsonaro e Lula. Para 78% "líderes governamentais de meu país estão tentando enganar as pessoas de propósito dizendo coisas que sabem ser falsas ou grosseiramente exageradas". Mas os políticos não estão sós, 74% pensa isso sobre jornalistas e repórteres e 73% sobre líderes empresariais no Brasil. A desconfiança é ampla e gravíssima.