Passamos a beber cerveja com os olhos, além da boca

Ainda que o vidro tenha suas origens na Lybia, Egito e Turquia, não há dúvida que foi um tanto ignorado no Oriente por mil anos, e, durante esse tempo, revolucionou um dos costumes mais apreciados da Europa: beber cerveja. Esta não é apenas uma história de bêbados, mostra como sempre é possível melhorar aquilo que parece ter atingido seu ponto máximo de perfeição.

Ricos bebem vinho em vidros, povo bebe cerveja em madeira.

Enquanto o vidro já era usado, desde o Império Romano, pelos ricos para beber vinho, as cervejas até o século XIX eram bebidas em vasilhames opacos como canecas de madeira ou de cerâmica. Essa prática levava os bebedores de cerveja a não enxergar a cor do líquido que bebiam. Assim, por não verem o que bebiam, consumiam menos. No geral, as cervejas eram marrom-escuras.

Vidro Tcheco virou popular.

Então, em 1.840, na Boêmia, uma região da atual República Tcheca, foi desenvolvido um método para produzir vidros em enorme quantidade. Se tornou barato o suficiente para servir cerveja em vidro a todos. Como resultado, as pessoas conseguiam ver pela primeira vez como eram suas cervejas. Geralmente não gostavam do que estavam vendo: as mais fermentadas não eram apenas variáveis no gosto, mas na cor e na claridade também.

A primeira cerveja linda é Tcheca.

A revolução da cerveja não se deu apenas com o uso de vidro, dez anos depois de sua popularização, uma nova cerveja foi desenvolvida em Pilsen, uma cidade também da República Tcheca. Passaram a usar levedura para fermentar por baixo. O resultado foi uma cerveja mais leve, clara e dourada. E ainda tinha bolhas como as afamadas champanhes. Essa cerveja foi a "lager". Era para ser bebida com os olhos tanto quanto com a boca. Foram criadas para imitar as champanhes e para ser servidas em copos de vidro.