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Em Pauta

Seca drástica, a água que faltará

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 03/06/2024 07:55
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Todas as religiões consideraram a água sagrada e expressaram que quem a contamine deve ser severamente castigado. Segundo a cosmovisão cristã, relatada no Gênesis, Deus criou um paraíso ou Jardim do Éden. Nesse jardim, o clima era aprazível, estava repleto de plantas e frutos e numerosos animais conviviam pacificamente com Adão e Eva. No centro desse lugar, havia uma fonte da que brotaram quatro rios: Pisón (Nilo), Gihón (Ganges), Hidekel (Tigre) e o Phirat (Eufrates). Esses rios eram as veias da Terra, encarregados de levar a fecundidade aos quatro pontos cardeais. Eram, também, a fonte da sabedoria divina e suas águas eram purificadoras, surge daí o rito do batismo, que se realizava originalmente em rios, que os liberava dos pecados a serem arrastados pela correnteza.


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A ciência não chegou a um acordo sobre a origem da água.

Crença à parte, a formação da água na Terra ainda não foi tema de acordo entre cientistas. Alguns sustentam que se criou no próprio planeta a partir do processo de desgaseificação de uma terra primogênita muito quente. Ao esfriar-se gradativamente, o vapor de água se condensou e precipitou em forma de um imenso dilúvio que durou séculos e séculos. Essa é uma teoria muito antiga, lavrada com olhos religiosos. Novas investigações, no entanto, apontam que pelo menos uma grande parte da água de nosso planeta chegou, gota a gota, a bordo de meteoritos, golpeando a terra a grande velocidade durante milhões de anos. A outra parte da água, viria dos cometas. Isso significa que a água que vemos, nas nuvens e na terra, são mais antigas que o próprio planeta onde vivemos.


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Somente três centímetros de água.

Um dado matemático cria muita preocupação. Se toda a água existente nas nuvens do mundo caíssem repentinamente, teríamos uma diminuta lâmina de água sobre a Terra de tão somente três centímetros. Não molharia nem os pés. Isso significa que é impossível termos um dilúvio mundial. Dilúvio só ocorre, e continuará a existir, em espaços bem delimitados. Também é fundamental concluirmos que, se as nuvens despejam muita água em um dado local, como o Rio Grande do Sul, obrigatoriamente faltará água em outras regiões. Funciona como um copo de água. Se jogarmos metade fora, ficaremos tão somente com a outra metade. Em tese, as regiões mais próximas do Rio Grande do Sul, como Santa Catarina, Paraná, Uruguai e Argentina, passarão por secas muito severas. Todavia, ninguém sabe para onde os ventos levarão esse copo meio vazio de água. A seca catastrófica poderá ocorrer no Mato Grosso do Sul. Ou já está ocorrendo?

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