Viciadas em barro. A moda das mulheres comerem argila
As damas da alta sociedade da França, Portugal, Espanha e Itália, tomavam uma espécie de barro para ter a pele mais pálida, emagrecer e não ficar grávida. Os resultados eram desastrosos para a saúde. O nome dessa “iguaria” era “bucaro” e o vicio é a “bucarofagia”. Muitas freiras adotaram esse maluco vicio que tinham efeitos narcóticos e alucinógenos para entrar em estados místicos.
Saúde destruída.
A moda é, muitas vezes, inimiga da saúde. Aquelas mulheres já usavam pós e pomadas para branquear a pele. Mas não se contentava, davam um passo a mais. Com essa maluquice, acabavam cobrindo o intestino, impedindo a absorção de nutrientes, gorduras e proteínas. Assim, emagreciam. Meter argila no estômago causa um fenômeno que se chama “opilação“. Os fragmentos de argila obstruem o intestino e impedem a absorção de ferro. Causava anemia.
Cara de mortas.
Parte dessa moda era levar as moças a ter cara de mortas. Eram as zumbis do século XVII. Comiam barro como hoje comemos um “snack”. Misturavam o barro com especiarias para torná-lo mais apetecível. Ou com narcóticos, no caso da freiras.
O exemplo mais popular de bucaro.
O bucaro aparece em inúmeras obras da literatura, inclusive no D.Quixote. Mas o mais famoso é o que surge na tela “As meninas” de Velázquez. Uma das meninas dá um bucaro para a Infanta Margarita, filha do rei Felipe IV. Se sabe que a Infanta padecia de uma síndrome que lhe deu uma puberdade precoce. Tomava bucaro para evitar a menstruação. Os médicos da época atribuíam ao bucaro propriedades anticonceptivas. Ocorria diminuição ou até desaparecimento do fluxo menstrual. Outro costume dessa época, ligado ao vicio em bucaros, é dos padres o proibirem como castigo pelos demais pecados cometidos pelas fiéis. Também havia as mulheres que os chupavam o dia inteiro, como se fossem caramelos.