‘Plano de governo ou marketing eleitoral?’
BERNAL Politicamente sua volta não interessa a todos os ex-aliados. Os tucanos, por exemplo, tomaram outro rumo; as declarações de Azambuja mostraram isso. Rocha é o líder de Olarte na Câmara e Rose tem peso forte na Secretaria de Educação.
O PROJETO tucano não depende de Bernal, muito pelo contrário. O então prefeito não convidou Azambuja para compartilhar da administração. A opinião pública já faz outra leitura do quadro da capital e de seu eventual peso na sucessão estadual.
RADIOGRAFIA Se a gestão de Bernal foi um desastre, a cidade respira aliviada nestes meses com Olarte, como mostram pesquisas. Aliás, o ex-prefeito não teve uma equipe compatível com o perfil da capital, o que ajudou a provocar o caos.
DÚVIDAS: Qual o percentual do eleitorado que hoje repetiria o voto em Bernal? O leque de alianças havido naquele 2º turno se repetiria? Votou-se nele pelo seu perfil, propostas ou simplesmente pelo súbito desejo de mudança?
BUMERANGUE Os ‘apaixonados’ do Bernal que se cuidem com o eventual efeito bumerangue nestas eleições. A leitura da opinião pública é dinâmica. Ter Bernal no palanque poderá ser inconveniente eleitoralmente. Recomendo essa análise.
‘INTERESSANTE’ Após apoiar Bernal, Athayde de Freitas não foi prestigiado, fez críticas pesadas – rompeu - e defende ardorosamente Azambuja. Mas na outra ponta, a vereadora Luiza Ribeiro, de seu partido, ainda defende o ex-prefeito.
DELCÍDIO Cautelosamente tem reconstruído seu discurso com relação a atuação de Bernal na prefeitura. De forma sutil estabeleceu o marco divisório entre o apoio dado na eleição e a sua não participação naquela gestão - para evitar respingos.
DIFERENTES Vereadores do PT e deputados tem procurado tirar proveito do fato e aí defendem a volta de Bernal. Claro, evidente! Cada qual com seus interesses eleitorais localizados por força da participação deles sob as mais diferentes formas.
ESPERANDO Alguns dirigentes partidários tem preferido não falar do assunto para evitar desgastes com possíveis contradições. A preocupação hoje é com a escolha de aliados, candidatos a vice governador, senador e suplente.
ENTRAVE O PR de Londres caminha em direção a Delcídio, mas um grande inconveniente resiste: os deputados petistas não querem a coligação na proporcional com medo de perder duas vagas na Assembleia Legislativa.
DESAFIOS Coligação é via de mão dupla: custos e benefícios. Quando se fala nesta ou naquela possibilidade de partidos caminharem juntos, não se pode desprezar vários aspectos que envolvem esse casamento. Nisso Londres é catedrático.
‘SAIA JUSTA’ O prefeito Douglas (PSDB) de Anastácio, presidente da Assomassul assumira a candidatura de Delcídio. Agora com Azambuja no páreo ele terá que rever conceitos e opiniões. Em política nem sempre o que parece é.
BOM ALUNO O médico Ricardo Ayashe (Cassems) assimilou rápido o jogo e já usa jargões conhecidos com a imprensa. Ao defender o PT - o pré-candidato ao senado - lembrou o ‘inconformismo da classe dominante’. Quem diria hein!
O QUADRO Até onde essa posição adotada pelo governador André vai influenciar no resultado das urnas? Melhor perguntando: quem acabará beneficiado? Aliás, será muito interessante ver André pedindo votos para sua fada madrinha Dilma.
NA CARONA Murilo aproveita como propaganda institucional a matéria da revista ‘Veja’ onde Dourados aparece como a 2ª melhor cidade do país para se trabalhar. Mas o desafio agora é transformar isso em dividendos eleitorais neste pleito.
ESTRATÉGIA O fator econômico nem sempre equivale a força política. Dourados é bem isso; partidos e lideranças dispersos ainda sob o efeito do episódio Artuzi. Mas Murilo costura essa inserção nas eleições estaduais através de seu PSB.
É POSSÍVEL que Azambuja, Delcídio e Nelsinho busquem o candidato a vice em Dourados. Não é garantia de vitória, mas passa imagem de candidatura abrangente, ligada a uma região populosa e economicamente muito ativa.
CRITÉRIOS Pelo visto eles mudaram na composição de chapas, principalmente de vice governador e suplente de senado: há tendência pelos nomes de evangélicos. Pera-lá: política e religião não se misturam ou eles nunca estiveram separados?
PROJETO Espera-se que os candidatos ao governo não atribuam aos marqueteiros seu plano de governo, que não deve e nem pode ser confundido com a mera publicidade do horário eleitoral. Não vale copiar propostas de candidatos de outros Estados.
MEMÓRIA Numa recente campanha o marqueteiro atendia a vários candidatos ao Governo. Por praticidade repassava aos Estados as mesmas vinhetas, bordões e listas de promessas previsíveis. Só trocava o nome dos candidatos e partidos.
DETALHES Proposta tem que ter identidade com o a realidade socioeconômica e muito a haver com o perfil do próprio candidato. Quem souber convencer de que tem o melhor produto a oferecer acabará levando a eleição. Escreva isso!
BOLSA FAMÍLIA Ouço opiniões diversas sobre seu peso eleitoral. Se a tese da gratidão e medo de perde-la vigorar, o PT reelege Dilma. Mas como fica o restante do universo do Brasil, que produz, paga impostos e sustenta esse Governo?
“O melhor plano de governo é não atrapalhar quem produz”. (Barão de Mauá)