Política: sem cadeiras cativas e sem imbatíveis
PLANEJAMENTO: Item decisivo em qualquer projeto político. Uma candidatura é uma espécie de empreendimento onde todos os fatores precisam ser levados em conta e na ponta do lápis. Ora! Ninguém se elege casualmente. O êxito quase sempre ligado a trajetória do candidato, as suas qualidades pessoais ou a um esquema poderoso. Seria a colheita do que foi semeado. Afinal, eleição não é uma simples cobrança de pênaltis.
DINHEIRO: Às vezes cura até câncer, mas nem sempre decide eleições. Grana é vital, mas é preciso ter gente capaz no núcleo da campanha para gerir e ‘investir’ certo em fases pontuais. Há candidaturas que iniciam em alta, mas enfraquecem por equívocos ou falta de suporte financeiro inclusive aos cabos eleitorais. É como na F-1 onde o líder por toda a prova perde na última volta por falta de combustível.
ARTICULADO: Prefeito de Bataguassu por 2 mandatos, ex-presidente da Assomassul (Associação dos Munícipios de MS) e atual Secretário de Estado de Governo, Pedro Caravina construiu boa inserção nos círculos políticos. Delegado de Polícia aposentado, ele planeja focar na segurança da população, além de representar os funcionários da Secretaria de Segurança.
ESCADA: O que há demais na intenção de vereador ou qualquer outro cidadão sair candidato nestas eleições à uma vaga na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal? Caso não vença, terá ao menos formado ou fortalecido seu grupo, ou ainda propagado seu nome, imagem e potencial com vistas as próximas eleições municipais. Isso se chama política.
ALERTA: Só poderá usufruir da janela partidária deste ano quem foi eleito e que esteja no final do mandato vigente. Portanto, os vereadores não terão esse direito a janela que começará no dia 3 de março e findando em 1 de abril. Os vereadores só poderão mudar de sigla na janela destinada às próximas eleições municipais.
POLÊMICA: A Folha de São Paulo publicou (dia15) artigo do filósofo baiano Antônio Riséro sobre o racismo de negros contra brancos, comerciantes coreanos, asiáticos e judeus nos EUA. Sites de esquerda, jornalistas, entre eles 186 da própria Folha caíram de pau nivelando o autor aos defensores de Ditaduras e do Holocausto, ignorando seu currículo; antropólogo, estudioso das causas negras, escritor e assessor do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Texto corajoso rendendo debate na mídia. Vale acompanhar.
LIDERANÇA: Quem visita Três Lagoas volta portador de notícias positivas e faz elogios a administração municipal que transforma a cidade. Ao seu estilo, o prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) é unanimidade, atendendo o povo absorveu até a oposição. Hoje, todas as decisões políticas passam pelo Guerreiro, autor da definição: liderança também é simplicidade competente.
ODILON: “…O partido pelo qual me candidatei a governador (PDT) nunca teve uma votação tão expressiva ao Governo do Estado. Em Dourados eu ganhei nos dois turnos. Candidato novato, cheguei da justiça, tirei a toda e já entrei na política, sem condições financeiras, e receber reconhecimento tão grande da população. Perdi nas urnas apenas, mas politicamente não perdi. Isso continuou alimentando meu sonho de participar ativamente numa função política da vida do Estado, servindo o povo”.
CANDIDATO: O ex-juiz – pretendente ao Senado, iniciou por Dourados as andanças, visitando lideranças e órgãos da imprensa. Dizem, a sua postura estaria com mais traquejo do que em 2018 e o discurso com melhor embocadura. Ele também vem atuando como cabo eleitoral do pré-candidato ao Governo Marquinhos Trad (PSD). Portanto, o embate com a ministra Tereza Cristina pela única vaga ao Senado promete.
NO RETROVISOR: Na campanha de 2006 Lula (PT) disse em cm Santa Catarina: “Ninguém pode discutir ética com o PT”. O adversário Geraldo Alckmin (PSDB) retrucou: “É uma bravata. Não passa disso. Querer falar em ética parece uma piada. Eu tenho respeito pelas pessoas, mas quero deixar claro o ódio e nojo pela corrupção e incompetência. O PT é mestre em socializar escândalos e privatizar benefícios”.
INTERROGAÇÕES: Até onde Alckmin suportará as hostilidades do núcleo do PT? Dobrará a espinha até ficar de joelhos? Luiz Marinho, presidente do PT paulista disparou: ‘tem ojeriza do perfil de Alckmin’. Já o deputado Ruy Falcão (PT) detonou: ‘Lula não precisa dessa muleta eleitoral’. Enfim, mais um exemplo da dinâmica da velha política.
RISCOS: Existem sim. Nem sempre o eleitor aceita alianças entre ex-adversários. Um caso que acompanhamos. Em 1994, no Mato Grosso, os grupos dos Campos e de Carlos Bezerra se uniram lançando Osvaldo Sobrinho candidato ao Governo. Veio Dante de Oliveira (zebra) e venceu com 471 mil votos contra 167 mil votos. Claro que o cenário nacional é diferente, mas serve para ilustrar a abordagem.
DANTE OLIVEIRA: Não se elegeu vereador de Cuiabá em 1976; em 1978 eleito deputado estadual; 1982 deputado federal; 1985 eleito prefeito de Cuiabá; 1986 assume o Ministério da Reforma Agrária; 1990 eleito deputado federal; 1992 eleito prefeito de Cuiabá; 1994 eleito governador; 1998 reeleito; 2002 é derrotado para o Senado. Morreu em 06 de julho de 2006 aos 54 anos de idade.
SOBERBA: Ela precede a queda. É o orgulho, a vaidade também presente na política. Para o filósofo Mario S. Cortella, “a soberba é a capacidade de supor que nada existe que seja superior à própria pessoa. É aquele ou aquela que olha de cima, que empina o nariz, que acham que os outros são menos – só porque são outros, em vez de serem diferentes”.
SOBERBOS: Alguns deles se escondem sob o manto da humildade. Outros andam por aí com o rei na barriga; habitam os 3 poderes. Cortella lembra que a soberba na política é a incapacidade de servir ao coletivo, é a capacidade apenas de servir a si mesmo, é a ausência da humildade. Arrogantes, fingem ignorar que o jogo do poder tem prazo de validade – chegada a hora – irão para o mesmo buraco.
AS URNAS: Elas confirmam a morte anunciada ou revelam a terrível caixa de surpresas como no futebol, derrubando prognósticos. Aliás, a soberba do Flamengo ajudou na derrota da Libertadores. Na política de nosso Estado temos 2 exemplos emblemáticos: nas eleições ao Governo em 1990 e ao Senado em 2018 os favoritos perderam. Provado, o orgulho excessivo, a altivez e a presunção levam a derrota.
DE NOVO? Nossos candidatos ao Congresso devem aferir as tendências do preclaro eleitor. Num ano de eleições vale lembrar: em 2018, dos 513 deputados federais só 240 se reelegeram (48,8%) –apenas 62,8% dos 382 deputados que buscaram a reeleição. No Senado, dos 54 eleitos em 2010, 32 tentaram o novo mandato em 2018, mas só 8 obtiveram êxito. Não há cadeira cativa!
EXEMPLOS: Após 11 mandatos na Câmara Miro Teixeira (Rede-RJ) tentou o Senado e perdeu. Com 32 anos de mandatos como deputado federal, prefeito de Campina Grande (PB), governador da Paraíba e senador, Cassio Cunha Lima (PSDB) ficou em 4º lugar. Outros figurões derrotados: Cristovam Buarque (PPS-DF), Magno Malta (PR-ES), Darcísio Perondi (MDB-RS), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Roberto Requião (MDB-PR).
PALANQUE: Nas eleições virão as críticas ao agronegócio associando-o ao uso de agrotóxicos e derrubada de florestas. ‘Ignoram’; a agricultura ocupa menos de 10% do território do país; as áreas de mata representam mais que o dobro da média mundial; nossa cobertura vegetal nativa é superior aos dos Canadá e ‘EUA’ juntos. Foi com tecnologia que a produção aumentou salvando o país da insolvência antes da pandemia.
OPINIÃO: “A moderação do discurso do PT em favor de ditaduras aliadas, para evitar danos à campanha de Lula, é hipócrita até o talo. Nas entrelinhas, o que se infere dos petistas é o seguinte: ‘Tudo bem sermos amigos de ditadores, ter inspirações ditatoriais, mas é hora de fechar a boca. Ninguém precisa saber ou refrescar sua memória acerca disso. Quando estivermos de novo no poder nossa índole ditatorial poderá aflorar e vir à tona, mas, agora, não’. (do leitor Tulio M. Soares Carvalho ao jornal ‘O Estado de Minas’)
CITAÇÕES E PROVÉRBIOS JUDAICOS
Um solteiro não pode ser um casamenteiro.
Filhos pequenos pesam em seu joelho, filhos grandes pesam em teu coração.
Um homem que esteja se afogando vai se segurar até na ponta de uma espada.
Quem procura defeitos em tudo reclama até que a noiva é muito bonita.
Não há melhor negócio que a vida. A gente a obtém a troco de nada.
(Blog do Guelmann)