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Policiais Civis de MS clamam por reajuste salarial e melhores condições

A mobilização “Cumpra-se a Lei”, pede cumprimento de promessas feitas aos agentes

Post Patrocinado | 02/09/2024 08:30
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com pouco mais de 1.600 policiais civis na ativa
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com pouco mais de 1.600 policiais civis na ativa

Na última quinta-feira, 29 de agosto, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi palco de um poderoso protesto liderado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol MS). Aproximadamente 600 policiais civis marcaram presença no prédio, clamando por uma revisão das condições salariais e de trabalho. A mobilização foi parte do movimento “Cumpra-se a Lei”, que busca não apenas o reconhecimento, mas a compensação justa pelo trabalho vital desempenhado pelos agentes de segurança pública do estado.

Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com mais de 1.600 policiais civis na ativa, todos desempenhando um papel crucial na manutenção da ordem e segurança. No entanto, esses profissionais enfrentam um cenário de desvalorização que ameaça não apenas sua qualidade de vida, mas a própria eficácia do sistema de segurança pública.

Entenda o contexto da manifestação

O movimento “Cumpra-se a Lei” surgiu em resposta a uma proposta considerada insatisfatória pelo governo estadual. Em assembleia realizada no dia 21 de agosto, a categoria decidiu refutar a proposta governamental, que não apresentou avanços nas negociações desde então. Com o objetivo de pressionar por uma solução, os policiais civis pediram aos deputados estaduais a criação de uma comissão para intermediar as negociações com o governo.

Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol MS, explicou a gravidade da situação:

“Queremos que o Governo cumpra o que prometeu à categoria, que é deixar a Polícia Civil de MS entre os seis melhores salários do País. Todos os anos a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul aparece em primeiro ou segundo lugar entre as melhores do nosso País, na resolução de crimes, mas não temos este reconhecimento"

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A pauta de reivindicações do sindicato é clara e direta: um reajuste de 28% no subsídio, para que o salário dos policiais civis atinja a sexta posição no ranking nacional, um aumento do auxílio-alimentação para R$ 800,00, a implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, plantões voluntários remunerados e um adicional de fronteira.

Segundo Barbosa, o salário dos policiais civis é atualmente o 18º mais baixo do Brasil e pode cair para a 21ª posição após as próximas negociações. Ele critica o governo por não cumprir a promessa de melhorar a remuneração da categoria, alegando que a justificativa de falta de recursos é infundada, especialmente após o governo ter concedido auxílios a outras categorias.

Policiais civis se uniram e estiveram juntos durante manifestação pelos direitos. (Foto: Marcos Maluf)
Policiais civis se uniram e estiveram juntos durante manifestação pelos direitos. (Foto: Marcos Maluf)

Impactos da falta de valorização

José Sobrinho, diretor jurídico do Sinpol MS, destaca os efeitos da falta de valorização na vida dos policiais civis.

“Quando não somos valorizados financeiramente, isso afeta nossa motivação e bem-estar. Essa situação leva muitos policiais a buscar outras fontes de renda nas suas folgas para complementar seus salários, o que resulta em desgaste físico e mental.”

Ele acrescenta que a falta de ajustes salariais prejudica a qualidade do serviço prestado e compromete a sintonia com a população. “Queremos estar em sintonia com a população, prestar um serviço cada vez mais eficiente, sempre nos mantendo entre as melhores Polícias Civis do Brasil.”

A resposta do governo estadual até o momento tem sido insuficiente. “Após a mobilização de ontem, a resposta do governo estadual ainda está em aberto. Até agora, não recebemos retorno às nossas demandas. No dia da manifestação, foi oficiado ao presidente da Assembleia um pedido para que intermediasse as negociações. Acredito que devemos continuar buscando o diálogo”, afirma Sobrinho.

Ele também enfatiza a importância do apoio da sociedade para que as reivindicações ganhem força: “A sociedade tem um papel fundamental em apoiar nossas reivindicações. Quando os cidadãos entendem a importância de um salário justo para os policiais civis, eles se tornam aliados nessa luta.”

Frente da Assembleia Legislativa ficou lotada.
Frente da Assembleia Legislativa ficou lotada.

A relevância do  investimento em segurança pública

A situação descrita ressalta um problema mais profundo: a falta de investimento e valorização da segurança pública em Mato Grosso do Sul. A segurança pública é um pilar essencial para o desenvolvimento social e econômico.

Investir em salários justos e em condições de trabalho adequadas não só motiva os policiais civis a desempenharem suas funções com mais eficiência, mas também atrai novos talentos para a profissão. A disparidade entre a excelência dos serviços prestados pela Polícia Civil e o baixo nível de remuneração é um paradoxo que deve ser resolvido com urgência. É necessário que o governo estadual e a sociedade reconheçam que a valorização dos policiais civis é um investimento direto na segurança e bem-estar de toda a população.

A manifestação do dia 29 de agosto, de acordo com o presidente do sindicato, foi mais do que um protesto; foi um apelo para que o governo e a sociedade reconheçam e valorizem o trabalho dos policiais civis de Mato Grosso do Sul.

Acompanhe informações sobre o trabalho da categoria no site do Sinpol.

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