Cadeirante não consegue descer em ponto de ônibus e tem até prejuízo de R$ 600
Calçada que fica em frente ao ponto de ônibus está danificada e ele precisa descer fora da UFMS
As dificuldades para realizar o sonho de se tornar advogado começam quando o estudante Edson Francisco da Silva, 42 anos, ainda nem desceu do ônibus. Ele é cadeirante e estuda Direito no período noturno na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), mas sem acessibilidade para descer do transporte público dentro da universidade, precisa percorrer uma distância muito maior para conseguir assistir às aulas e já teve até prejuízo financeiro de R$ 600.
Isso porque a calçada do ponto de ônibus que fica em frente ao bloco que Edson estuda está danificada e torna impossível a circulação de uma cadeira de rodas. Além disso, o nível da calçada está abaixo do meio fio, fazendo com que ele precise saltar uma distância de, pelo menos, 15 centímetros.
Em uma das vezes que ele se aventurou a descer do ônibus no local, seu celular caiu durante a travessia e ele acabou passando por cima dele com a cadeira de rodas. “Era meu celular de estudos, tive que gastar R$ 600 para comprar outro mesmo sem poder”, lamentou.
Ele iniciou os estudos no ano passado, quando as aulas ainda eram realizadas de forma remota. Quando passou a frequentar presencialmente a universidade, tentou resolver o problema dentro da instituição, mas não foi atendido.
“Me disseram para eu procurar o setor de obras, mas creio que esta não seria função minha. Com esta dificuldade para descer dentro da faculdade, eu estou indo em outro ônibus, só que este para lá fora da faculdade, aí preciso me locomover por quase 1 km para chegar até o meu setor”, apontou.
O ponto de ônibus fora da universidade fica na Avenida Costa e Silva. Lá, Edson também teve dificuldades para descer sozinho do transporte público.
“Lá não tinha rampa, aí eu fui na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e protocolei um pedido, aí eles fizeram até rápido, agora tenho rampa para ter acesso a faculdade. Agora, na faculdade, não tive resposta nenhuma, tem mais de mês que relatei o problema. E lá dentro a responsabilidade não é da Agetran, e sim da UFMS”, ressaltou.
A reportagem procurou retorno da UFMS, mas não foi respondida até a publicação.
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