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Direto das Ruas

Comerciante perde R$ 3 mil após construir loja em área invadida

Equipes da prefeitura derrubaram a obra porque a área é do município

Por Jéssica Fernandes e Antonio Bispo | 24/07/2024 12:56
Eudes Pereira de Magalhães sentando no que restou da construção. (Foto: Henrique Kawaminami)
Eudes Pereira de Magalhães sentando no que restou da construção. (Foto: Henrique Kawaminami)

Três mil gastos em tijolos e mão de obra foram embora a marretadas na tarde de terça-feira (23) para Eudes Pereira de Magalhães, de 52 anos. O carpinteiro tem negócio no Bairro Jardim Aero Rancho e acusa a equipe da Prefeitura de Campo Grande de ter feito a desapropriação sem apresentar qualquer documento no dia ou ter feito notificação anterior que justificasse a ação. A construção está localizada dentro do parque que pertence ao município, ou seja, é ilegal..

Eudes tem há cinco anos uma barraca que fica às margens da praça localizada no encontro das Ruas Jornalista Valdir Lagos e Arquiteto Carlos Alberto Maffei. Ele é mais um dos comerciantes que mantém negócio no endereço, porém a diferença é que os demais estão em estrutura de alvenaria.

Para “atender melhor os clientes”, Eudes relata que investiu na construção e ontem três homens chegaram ao local alegando representar a Prefeitura Municipal de Campo Grande. “Ontem vieram uns caras aqui dizendo ser da prefeitura e que tinham ordens expressas para derrubar a construção, mas não entregaram nenhum documento, não se identificaram e não estavam com carro oficial”, afirma.

Eudes reclama que homens estavam sem identificação da Prefeitura de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Eudes reclama que homens estavam sem identificação da Prefeitura de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Devido a essa falta de identificação, Eudes comenta que ficou desconfiado se os mesmos estão ligados à gestão municipal. “Eles só chegaram com uma marreta e começaram a derrubar tudo, inclusive entre eles tinha um menor de idade, por isso acredito que não seja da prefeitura”, pontua.

Com problemas de saúde e tentando conseguir benefício da aposentadoria, o carpinteiro se defende dizendo que a construção é para seguir trabalhando, pois ele tem onde morar. “Preciso fazer bicos para sobreviver”, afirma.

A reclamação de Eudes também se estende ao fato de que os vizinhos de negócio não sofreram qualquer tipo de punição nesses últimos anos mesmo tendo construções no local. “Os homens chegaram e alegaram que outros imóveis não podiam derrubar porque estão completos com telhados e em pleno funcionamento”, diz.

A reportagem procurou a Prefeitura e aguarda resposta sobre o caso.

Loja de madeira do carpinteiro ao lado dos tijolos derrubados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Loja de madeira do carpinteiro ao lado dos tijolos derrubados. (Foto: Henrique Kawaminami)

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