Empresária perde página do Instagram que fazia metade das vendas da loja
Proprietária lamenta não haver lei que defina essas ações como crime. "Todo dia alguém é lesado", reclama
Criada com muito esforço, a loja Mamãe Quati, um brechó de roupas infantis, acumulava 18,5 mil seguidores no Instagram, plataforma que além de significar metade das vendas para a empresária Pauline Greco, 36 anos, ajudava outras mulheres empreendedoras. "Acumulava", porque na manhã desta terça-feira (30) a conta no aplicativo foi hackeada e o caso virou um pesadelo.
São diversos os prejuízos. Muito abalada, a proprietária contou que as atendentes que chegam mais cedo no brechó para responder mensagens via direct e fazer postagens mostrando as peças, como de costume, quando perceberam que não conseguiam entrar no aplicativo. "Elas me ligaram perguntando se eu tinha trocado a senha dizendo que não conseguiram entrar, mas eu não troquei a senha", explicou.
Pauline tentou, mas não conseguia acessar mais a conta. Ela contou que um código foi enviado ao telefone cadastrado e depois recebeu como resposta que iria para análise. "Eu ainda vi que tiraram as fotos, o arroba, era um Instagram vazio, mas cerca de 20 minutos depois não aparecia mais nada. É como se não existisse", disse.
Ela ainda pediu em seu perfil pessoal para que amigos denunciassem a página, a fim do Instagram perceber algo de errado e assim devolver a conta, mas a página aparentemente foi tirada do ar.
"Estou muito mal. São 5 anos construindo um público, um Instagram orgânico. Nosso público alvo são mãe. Além disso de 50 a 60% das vendas da loja eram feitas de forma online pela plataforma. Tiraram um pedaço da minha loja e não é pelo número de seguidores. Não adianta ter 30 mil pessoas e ninguém comprar. Eu prezo por quem quer estar ali, por quem goste e quer comprar o que eu vendo", contou Greco ainda muito abalada.
A empresária criou outra página (Brechó Infantil Mamãe Quati) para poder continuar trabalhando e com a ajuda de amigos e familiares, em poucas horas a nova conta já passava de 600 seguidores.
O jeito é tomar todo contato possível, principalmente com internet. Pauline chegou a ir até a delegacia, porém foi informada que não há crime, já que não havia prejuízo financeiro, alguém a chantageando, ou mesmo usando a marca para outros fins e por isso a orientação é entrar em contato com a plataforma. "Recebi diversas mensagens de outras pessoas, empresárias, blogueiras que também já passaram pelo que passei. O certo é fazer a verificação em duas etapas e sempre que possível trocar a senha. Fui ingênua. A gente sempre acha que só acontece com os outros, fui adiando e deu nisso", lamenta.
"O problema é que os bandidos de crimes na internet deitam e rolam porque não tem uma lei que defina o crime. Todos os dias alguém é lesado pelo Instagram, WhatsApp, aplicativo de banco. Até quando vai isso?", questiona.
A reportagem entrou em contato com o Instagram e aguarda retorno.
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