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Economia

13º salário vai injetar R$ 2,9 bilhões no comércio em novembro

Com boa expectativa, presidente da CDL ressalta preocupação em explodir desejo de consumo e faltar mão de obra

Guilherme Correia | 11/11/2021 11:54
Moradores nas ruas no Centro de Campo Grande para fazer compras. (Foto: Kísie Ainoã)
Moradores nas ruas no Centro de Campo Grande para fazer compras. (Foto: Kísie Ainoã)

O pagamento da primeira parcela do 13º salário, que deve ser feito até 30 de novembro, deverá gerar uma injeção de R$ 2,9 bilhões na economia de Mato Grosso do Sul. Isso é o que aponta estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que já levanta boa expectativa por parte de lideranças comerciais locais.

O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Adelaido Vila, explica ao Campo Grande News que a expectativa é positiva, sobretudo durante o período da Black Friday, no final de novembro. "A expectativa é muito positiva, inclusive, com a própria Black Friday, que acredito que será diferenciada".

Ele ressalta que muitos reduziram consumo de itens de vestuário, por exemplo, durante meses mais críticos de pandemia, e que agora, a demanda deverá explodir, gerando até falta de mão de obra. "A preocupação é atender uma demanda reprimida no mercado, que é a de consumo. Pessoas passaram muito tempo sem consumir de uso diário, como roupas, perfumes, maquiagem. A preocupação é de não dar conta de atender as pessoas".

"Posso falar por Campo Grande, temos a quinta cidade mais cara do Brasil. A gente sabe o quanto tem sido difícil para o campo-grandense garantir até seu consumo básico. A nossa média salarial é baixa, perto do nosso custo de vista. Quando temos qualquer porção de valores entrando para o mercado, isso significa que o mercado volta a ser aquecido".

A alta no preço dos combustíveis, mapeada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), tem feito com que outros produtos estejam mais caros, além do transporte dos mesmos. "Toda a estrutura brasileira depende basicamente do combustível. Quando você tem um aumento, você tem uma repercussão muito forte", pontua o representante comercial.

"Com o encarecimento do frete, significa comprar menos fora de Campo Grande, e o comércio local será muito beneficiado, juntamente, lógico, com o pagamento da parcela do décimo."

Para a economista do IPF (Instituto de Pesquisa da Fecomércio) de Mato Grosso do Sul, Daniela Teixeira Dias, ainda que haja outras variáveis que podem mudar a intenção de compra da população, tais como recrudescimento da pandemia ou a inflação, a expectativa inicial é de que seja gerado bom movimento comercial.

"Traz um pouco mais de alento. Toda a injeção de dinheiro, na economia, a gente tende a encarar de uma forma bastante positiva, porque mexe com o ânimo das pessoas, e elas sãos movidas por expectativas, decisões", explica.

Dias ressalta que poderá haver uma prévia das compras de Natal, também por conta da Black Friday, e que antes disso, no entanto, o cenário permanece imprevisível por conta da alta nos preços e outros fatores. "Ainda não tem equilíbrio econômico, economia volátil, muito instável, justamente por causa da credibilidade brasileira, mas das pessoas que estão um pouco mais inseguras".

"Mas traz uma questão positiva no Natal. Pode ter uma melhora na intenção de consumo, da confiança dos empresários do comércio, justamente porque eles são movidos pelas expectativas, contratação de temporários", finaliza a economista.

Movimentação da economia - No Brasil, o pagamento poderá injetar R$ 233 bilhões na economia, cerca de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto), com repasse a cerca de 83 milhões de brasileiros.

Recebem esse pagamento os trabalhadores do mercado formal, inclusive, empregados domésticos (mais de R$ 155,6 bilhões), além de beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios, com mais de R$ 76,9 bilhões.

O Dieese utiliza dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência, assim como informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

(*) Matéria editada às 7h04 de 12 de novembro para acréscimo de informações.

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