Após decisão do TJ, Bigolin antecipa reabertura de lojas em Campo Grande
TJ concedeu liminar, derrubando decisão de primeira instância que havia decretado falência, sequestro de bens e fechamento das lojas
A diretoria da Bigolin antecipou a reabertura das lojas, depois que liminar do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) suspendeu a falência da empresa. A previsão inicial era retomada das atividades na segunda-feira.
A Bigolin havia entrado com pedido de recuperação judicial, mas o juiz decretou a falência, o sequestro de bens e o fechamento das lojas. Até o ano passado, a dívida chegava a R$ 88 milhões a cerca de 750 credores. A projeção é que o valor alcance R$ 100 milhões.
Esta manhã, a loja na Rua 13 de Maio reabriu com a presença de todos os funcionários de Campo Grande, em uma reunião para tranquilizar a equipe e falar sobre a decisão judicial. “A liminar foi condizendo com a realidade e com a lei”, avaliou diretor, Roberto Bigolin Filho, 32 anos.
Segundo ele, a decisão de primeira instância, de 14 de março, que determinou o bloqueio de bens e o fechamento das lojas foi considerada abrupta. “Estávamos convictos que haveria aprovação, tinha cenário claro dentro da assembleia, a aprovação da maioria, só no aguardo da decisão do juiz”. O empresário diz que mesmo em caráter liminar, a decisão derruba os argumentos da avaliação judicial inicial.
Agora, a empresa espera minimizar o prejuízo decorrente de uma semana de fechamento forçado. Roberto Bigolin diz que empresa agiliza a entrega de mercadorias que ficou pendente durante fechamento e vai preparar plano de descontos para movimentar o caixa. O empresário disse que os salários em atraso foram pagos com os recursos que estavam disponíveis antes do decreto judicial.
A liminar é uma decisão provisória e o tribunal ainda vai julgar o mérito. No dia 20, o desembargador Vilson Bertelli suspendeu a decisão do juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Campo Grande, datada no dia 14. O magistrado determinou que as lojas fossem lacradas e os bens bloqueados.
O juiz havia decretado a falência de cinco empresas do grupo: Ângulo Materiais de Construção e Serviços, Bigolin Materiais de Construção, Casa Plena Materiais de Construção, D & D Comércio, Construção e Serviços e Nara Rosa Empreendimentos Imobiliários.
A administradora judicial Pradebon e Cury havia sido nomeada para acompanhar o processo de recuperação e fazia os levantamentos sobre a falência.
A Bigolin nasceu em 1955 no Rio Grande do Sul, mas foi em 1982, com a inauguração da matriz em Campo Grande, que se tornou um grande grupo. Os negócios foram expandidos para o interior e Estados vizinhos, até o início da crise econômica em 2013.