Atraso na colheita de soja atrapalha fase final de plantio de algodão
Com o atraso da colheita de soja, as lavouras de algodão que ficam próximas as oleaginosas ficaram prejudicadas no fim do plantio, em fevereiro, em Mato Grosso do Sul. Isso, porque a plantação de soja acabou sendo um fornecedor de várias pragas, comuns à cultura do algodão como percevejos, mosca branca e mariposas, segundo a Ampasul (Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão).
As chuvas intensas, nas últimas três semanas de fevereiro, também atrapalharam o desenvolvimento do algodão, em especial dos talhões plantados há mais tempo. Em Chapadão do Sul, ventos fortes e umidade do solo alta não permitiram períodos adequados para as boas pulverizações, segundo relatório da associação, que acompanha a safra em todo o Estado.
Em contrapartida, transgênicos ajudaram conter as pragas e a usar menos agrotóxico nas lavouras. Os produtores de algodão em Mato Grosso do Sul finalizaram no fim de fevereiro o plantio de algodão com a incidência de pragas e doenças dentro dos níveis normais, graças ao uso de transgênicos. A tecnologia tem ajudado ainda a usar menos agrotóxicos nas lavouras, de acordo com a Ampasul.
Na avaliação do engenheiro agrônomo Danilo Suniga de Moraes, a safra de algodão segue bem , porém pragas e doenças demandam atenção contínua. “As tecnologias transgênicas com duas proteínas diferentes, derivadas da biotecnologia, têm colaborado muito para esta situação de tranquilidade no controle de lagartas e menor uso de agroquímicos, enquanto nas áreas de refúgios (essenciais para a preservação da eficácia do algodão-Bt) a atenção necessária é maior, pois demandam tratamentos fitossanitários”, detalhou Danilo.
De acordo com o engenheiro, os primeiros talhões semeados com algodão safra na região já estão na fase reprodutiva, a maioria na fase de emissão de flores. O pulgão está sendo a praga de maior frequência até o momento.
Para garantir, a não infestação de pragas, os produtores controlam plantas tigueras de algodão, que ficam as margens das rodovias. “Isso é essencial para reduzir a população do bicudo na região, pois essas plantas sem tratos culturais adequados, servem apenas para abrigar, alimentar e proliferar pragas e doenças indesejáveis para o sistema; esta operação também contribui para a limpeza destas áreas”, explica o especialista.