Com novo status, MS trabalha para vacinar 99% do rebanho contra aftosa
País recebeu o selo da OIE de país livre da febre aftosa com vacinação; No Brasil, apenas Santa Catarina é reconhecida como livre da doença sem vacinação desde 2007
O Brasil recebe em maio o selo de país livre da febre aftosa com vacinação e, agora, passa a fazer parte do grupo de 180 países já reconhecidos pela OIE (Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde Animal). A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) admite a dificuldade em manter o status, mas garante que a meta é permanecer vacinando 99% do rebanho de Mato Grosso do Sul.
Esta semana é de comemoração para o setor pecuário e festa começou na terça-feira (3), na Câmara Legislativa, em Brasília, e no o Ministério da Agricultura onde ocorreu a inauguração do túnel do tempo da aftosa no Brasil. Na quarta-feira (4) ocorreu uma visita ao relatório nacional agropecuário em Minas Gerais e, nesta quinta-feira (5), federações de todo o país realizaram eventos simultâneos para divulgar a notícia.
O selo reconhece 25 estados e o Distrito Federal como livres da aftosa com vacinação pelo organismo internacional. A entrega do reconhecimento será realizada na França no dia 24 maio. Ainda hoje, o presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, farão uma transmissão nacional sobre o reconhecimento.
O selo “com vacinação” é o primeiro passo para a meta do governo federal de conseguir o reconhecimento “sem a vacinação”. Santa Catarina é o único estado reconhecido pela OIE como livre da doença sem vacinação desde 2007.
Vigilância - Para conseguir o selo “sem vacinação”, o Governo Federal elaborou um plano para erradicar a febre no país. As atividades desse plano iniciam em 2019 e encerram em 2023, ou seja, o Brasil quer ser livre da doença sem vacinação em quatro anos.
O diretor presidente da Iagro Luciano Chiochetta lembra que MS é dono do quarto maior rebanho do país e afirma que o reconhecimento nacional aumenta a responsabilidade do trabalho de vigilância, porque é preciso manter esse selo. “A partir de agora é muito mais importante esse trabalho porque conseguir esse status é difícil, mas mantê-lo é mais difícil ainda”,disse.
Chiochetta lembra que MS é um dos pioneiros na luta contra a febre aftosa e que o estado teve um trabalho muito forte na área de vigilância sanitária. Segundo ele, campanhas de vacinação passadas apontam que 99% do rebanho de MS tem sido vacinado e a meta é que o percentual seja mantido. “Isso tudo acaba trazendo uma confiança maior para a carne que é produzida aqui”, disse.
Hoje, segundo o presidente da Iagro, o rebanho de MS tem 20 milhões de cabeças de gado.
Fronteira - O trabalho de vigilância no Estado é intensificado desde 2006, quando o país teve alguns focos de febre aftosa. Principalmente, na região de fronteira, onde existe o risco da entrada de gado sem vacinação vindos dos países vizinhos.
A vacinação começa em maio, menos no Pantanal, em que o calendário é diferente. Em 2019, a dose será menor, mas a formulação da vacina passará por mudanças.