Com preço nas alturas, famílias desembolsam R$ 100 só de arroz na compra do mês
Consumidores levaram um susto quando foram fazer o mercado depois do pagamento, na semana passada
Não está fácil encher o prato de arroz e feijão. Insubstituível, o arroz teve alta de cerca de R$ 10 do mês passado para este início de setembro, depois que em junho e julho, o pacote de feijão chegou a R$ 9.
Consumidores levaram um susto quando foram fazer o mercado depois do pagamento, na semana passada, mas não tiveram como deixar de colocar os pacotes no carrinho. Tem família que desembolsou R$ 100 só de arroz, já que 5 kg do grão chega a custar R$ 25 em Campo Grande.
É o caso da empregada doméstica, Josinete Ernesto Cândia, de 68 anos, que mora com outras 6 pessoas em casa. Ele abastece a dispensa com cerca de 20kg de arroz por mês e reclamou do preço. “Muito caro. Arroz todo mundo compra todo mês, é o básico das famílias, não deveria ser tão caro assim. O salário mínimo é pouco e as coisas estão muito caras”.
A aposentada Dirce Guenca, de 76 anos, cozinha todos os dias para 11 pessoas da família e diz que por mês não gasta menos do que 15kg de arroz. Ela conta que assustou quando viu o preço do cereal nas prateleiras. “Aumentou muito em pouco tempo. Esses dias, estava R$ 14. Fica difícil para quem quase não tem renda”.
A dona de casa Thais Yohane, de 20 anos, afirma que, neste mês, o jeito foi optar pelo mais barato. “A gente não pode mais para escolher pela qualidade”.
Por aí - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu "patriotismo" aos supermercados para segurar os preços de itens da cesta básica. "Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro", disse. Mas não foi o que se viu por aí.
No mês passado, Campo Grande teve a segunda maior alta no preço do arroz dentre as capitais brasileiras, 13,61%. O preço médio do feijão chegou a R$ 9,70 em junho e caiu um pouco em julho, para R$ 9,05. Em agosto, a cesta básica na Capital, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), saía a R$ 464,80.
Os supermercados são somente intermediários entre o fabricante e o consumidor final, e os aumentos aconteceram em cadeia. Segundo a Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz) informou ao portal Uol, as indústrias compraram o grão dos produtores com valor 30% mais caro em agosto.
E não há previsão de queda nos preços. Isso porque outros fatores explicam o aumento, a alta do dólar favoreceu a exportação e durante a pandemia, o consumo do cereal também cresceu, explicam os especialistas na cadeia produtiva. É a chamada lei da oferta e da procura.