Desempregados viram a noite e cochilam na calçada à espera do seguro
Fila da Funtrab sai da 13 de maio, passa pela Dom Aquino e chega até a Rua 14 de Julho
É de não dormir que também se fala quando se perde o emprego de forma repentina, na crise. Fila enorme de pessoas que não dormiram ou dormiram pouco durante a noite de quinta-feira (23) é vista na Funtrab (Fundação do Trabalho) no início da manhã desta sexta-feira (24). Para quem chegou na fila às 2h30 para tentar o seguro-desemprego, o jeito é sentar na calçada e cochilar na rua.
Nesta manhã, a fila chama atenção. Sai da Rua 13 de maio, passa pela Dom Aquino e alcançou, desta vez, a Rua 14 de Julho e, agora, as pessoas tentam escapar do sol. Gentileza também marca o dia em meio à situação de crise social. Voluntários de uma igreja levam chá, suco e biscoito para alimentar quem não pode dormir para conseguir o seguro.
Regiane Modesto trabalhava como supervisora de um restaurante. Ela chegou às 3h mas já encontrou por ali quem tivesse chegado às 2h30.
“Fui dispensada há 1 mês”, conta. Esta é a segunda vez que vai até a Funtrab e resolveu chegar de madrugada por temer não conseguir emitir o seguro novamente. Ela dormiu na calçada.
Matheus Kneuber, 18, trabalhava em uma pastelaria e foi demitido há duas semanas. Chegou às 3h30 e conseguiu cochilar, relatou.
Michele de Souza, 37, era vendedora de uma loja no Shopping Campo Grande. Chegou à fila às 4h, também pela segunda vez e resolveu tentar chegar mais cedo.
Enquanto as pessoas esperavam, o pastor Edilson, da Igreja Resgatando Almas para Jesus Cristo, disse que fica por ali até que todo o alimento seja consumido.