Dólar registra alta e Ibovespa recua com impacto da política monetária
Em um dia de poucas novidades, mercado repercutiu projeções de inflação e a redução de gastos públicos
O dólar à vista registrou uma leve alta de 0,01% nesta terça-feira (12), fechando cotado a R$ 5,7698. Durante o dia, a moeda chegou a atingir a máxima de R$ 5,7980. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,56%, cotada a R$ 5,7695. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o pregão com queda de 0,14%, aos 127.698 pontos, após ter subido 0,03% no dia anterior.
A atenção dos investidores nesta terça esteve voltada para a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada pela manhã. No documento, o Copom destacou que o cenário econômico brasileiro se tornou mais "desafiador" devido ao aumento das projeções de inflação. A autoridade monetária também sugeriu que a redução dos gastos públicos, especialmente de forma estrutural, com cortes permanentes, pode ser um "indutor do crescimento econômico" no Brasil nos próximos anos.
O comitê indicou que a contenção de despesas poderia melhorar as "condições financeiras, o prêmio de risco e a alocação de recursos". A expectativa é que, com a diminuição dos gastos e a pressão sobre o endividamento do país reduzida, as taxas de juros poderiam cair, favorecendo o consumo e os investimentos no setor produtivo.
Ainda no âmbito doméstico, o Banco Central do Brasil anunciou, na última reunião do Copom, um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 11,25% ao ano, o que também influenciou os movimentos do mercado nesta terça-feira.
Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua discutindo com ministros um pacote de medidas de corte de gastos para cumprir as metas fiscais do país. Já foram realizadas reuniões com representantes de 12 ministérios, e a expectativa é que cinco pastas sejam diretamente impactadas: Saúde, Educação, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Social e Previdência Social.
No cenário internacional, o mercado ainda digere os possíveis efeitos da eleição de Donald Trump (Republicanos) para a presidência dos Estados Unidos, que pode pressionar os juros e gerar efeitos inflacionários. Além disso, as perspectivas para a economia da China continuam sendo monitoradas, após a decepção com o novo pacote de estímulos econômicos anunciado pelo governo chinês na semana passada.
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