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Economia

Há quase 1 mês fechada, fronteira com o Paraguai é retrato da crise

Lojas de Pedro Juan Caballero permanecem fechadas e metade dos funcionários foram demitidos

Rosana Siqueira | 16/04/2020 14:47
Rua de Pedro Juan Caballero completamente vazia. (Divulgação)
Rua de Pedro Juan Caballero completamente vazia. (Divulgação)

Prestes a completar um mês fechada, a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai é o cenário de isolamento e perdas na economia. Do lado brasileiro desde o início do mês as lojas do comércio trabalham das 9 às 16 horas. O movimento caiu até 60% segundo os lojistas mas ainda compensa diante do cenário triste que se vê o outro lado da linha internacional. Já em Pedro Juan Caballero as medidas de segurança mais rígidas na saúde diante do coronavírus mantiveram o comércio todo fechado, as lojas paradas e praticamente metade dos funcionários já teriam sido demitido.

O presidente da Câmara de Indústria, Comércio Turismo e Serviços de Pedro Juan Caballero, Víctor Hugo Barreto alega que o setor está em grandes dificuldades lembrando que em feriados nesta época recebiam até 3 mil pessoas por dia. “Nosso faturamento é zero, todas as lojas estão fechadas. Apenas algumas empresas estão vivendo da reserva, mas a grande maioria não tem como aguentar a crise”, lamentou Barreto.

Ele destaca que os efeitos mais nocivos recaem sobre as pequenas empresas, a grande maioria no varejo. “Entendemos que o Governo tomou as medidas por segurança, mas diante do cenário muitas empresas vão fechar. Elas não têm estrutura para aguentar a pandemia tomada. É uma medida extrema todo mundo quarentena mas o mais afetado é o setor econômico. Muitos que tem uma reserva reduziram a estrutura e equipe mas a maioria demitiu”, enfatizou.

O presidente da Câmara Paraguaia salienta que o Governo prometeu dar ajuda e subsídios de até 50% do seguro desemprego. “O Governo prometeu este mês subsidiar 50% do seguro e o resto tem algumas outras estratégias para os informais. Mesmo assim não fazemos o que fazer ao certo, pois dependemos do Brasil deste fluxo de turistas para sobreviver. A crise bateu na fronteira, a economia será duramente afetada”, concluiu.

Em Ponta Porã lojas podem abrir das 9 às 16 horas no comércio, segundo decreto (Arquivo Pessoal)
Em Ponta Porã lojas podem abrir das 9 às 16 horas no comércio, segundo decreto (Arquivo Pessoal)

Ponta Porã - No comércio de Ponta Porã o cenário é um pouco menos pior. Com as lojas abrindo em horário menor os comerciantes estão retomando as atividades. Conforme o decreto da Prefeitura estão autorizados desde o início do mês o funcionamento de restaurantes, conveniências, lanchonetes, cafés e padarias. Tanto por entregas em domicílio ou de retirada de alimentos e produtos no local, quanto o consumo no próprio estabelecimento, desde que mantido um espaçamento mínimo de dois metros entre as mesas.

Os salões de beleza, centros de estética, esmaltarias, barbearias, “spas” e estabelecimentos congêneres, poderão atender somente mediante agendamento prévio, com restrição de público no seu interior, evitando filas de espera e aglomerações.

Já as obras de construção civil ficam limitadas à mão de obra de no máximo dez trabalhadores, sob pena de cassação do alvará de construção e demais penalidades aplicáveis. informa o documento.

De acordo com o empresário Amauri Ozório, que tem loja no setor de vestuário em Ponta Porã, com a linha de fronteira fechada apenas os supermercados e lojas de materiais de construção operando. Com isso o  movimento do Paraguai acabou. “Aqui pelo menos estamos conseguindo abrir das 9 às 16 horas. O movimento de clientes está em 30% a 40% do que era antigamente, mas já é alguma coisa”, destaca.

Ele ressalta queas lojas  voltaram a trabalhar tomando medidas de segurança com os funionários e clientes que incluem uso de máscaras, álcool gel e distanciamento. “Mas estamos mais animados porque o comércio está fluindo bem”, avalia.

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