ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEXTA  27    CAMPO GRANDE 23º

Economia

Prefeitura programa corte de despesas para evitar déficit de R$ 339 milhões

Entre as recomendações da Seplanfic está a redução de 20,84% dos gastos com pessoal

Vanda Escalante | 27/02/2015 20:34
Secretário adjunto Ivan Jorge, durante a explanação na Câmara (Foto: Câmara Municipal)
Secretário adjunto Ivan Jorge, durante a explanação na Câmara (Foto: Câmara Municipal)

O que poderia ter sido apenas uma prestação de contas na forma prevista em lei, acabou virando uma espécie de protocolo de intenções, com anúncio de ajustes e medidas de contenção para evitar um déficit projetado em mais de R$ 339 milhões ao final deste ano.

É com o corte de 20,84% nos gastos com pessoal, 13,69% nas despesas de custeio e 20,15% nos investimentos que a Seplanfic (Secretaria de Planejamento e Finanças) da Prefeitura de Campo Grande espera chegar a dezembro de 2015 contabilizando déficit em torno de apenas R$ 37 milhões, uma situação considerada “administrável” pelo titular da pasta, André Scaff.

Essas projeções, bem como os números referentes a 2014, forma apresentados no final da tarde desta sexta-feira (27) à Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de Campo Grande, cumprindo regulamento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Atualmente, a Prefeitura de Campo Grande compromete 48,68% de sua receita com o pagamento da folha de pessoal. “Se não forem feitos esses ajustes, poderemos chegar a uma situação bastante complicada, pois já estamos muito perto do limite prudencial recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 51%”, explicou o secretário adjunto da Seplanfic, Ivan Jorge.

Limites - O limite máximo para gastos com pessoal, previsto pela LRF é de 54%. “Mas se atingirmos o limite prudencial, já podemos sofrer restrições, como bloqueio de repasses”, acrescentou o secretário Scaff. De acordo com ele, todas as Secretarias receberam a recomendação de apresentar levantamentos para embasar o planejamento das reduções propostas.

“Precisamos ajustar também poque vai ser necessário fazer mais contratações este ano, sobretudo nas áreas da Saúde e da Educação”, comentou o secretário, em referência às novas unidades de Saúde e Educação previstas para entrar em funcionamento em 2015. O pessoal da Saúde e da Educação representam, juntos, 76% da folha de pagamento da Prefeitura, segundo o secretário Scaff.

O orçamento de Campo Grande aprovado para 2015 soma R$ 3,672 bilhões. No entanto, para elaborá-lo, o Município trabalhou com uma previsão de receita que não se concretizará. O repasse de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que foi previsto em julho de 2014 ficava em mais de 23% e, em dezembro, depois de aprovado o orçamento, o governo do Estado anunciou um índice de 21%. Outra redução ocorreu com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano): o Executivo trabalhou com a previsão de reajuste de 23% no imposto, mas a Câmara aprovou reajuste de apenas 12%.

Sobra na SaúdeDe acordo com a prestação de contas apresentada à Câmara, O Município de Campo Grande encerrou o exercício de 2014 com mais de R$ 93 milhões em caixa. No entanto, desse total, R$ 70 milhões são de verbas vinculadas ao SUS (Sistema Único de Saúde). Esse dinheiro que, embora estivesse disponível, não foi aplicado no ano passado, gerou um superávit para o exercício de 2015. Como se trata de “recurso carimbado”, só poderá ser utilizado para a finalidade a qual se destina desde a origem, e a prefeitura terá que apresentar uma suplementação orçamentária para poder aplicar esse dinheiro.

Obras garantidas - De acordo com os representantes da Seplanfic, Campo Grande não deverá ter problemas para honrar as contrapartidas exigidas nas obras em andamento e previstas para este ano. De acordo com o secretário Scaff, já está em processo uma aberto de crédito junto à Caixa para garantir o aporte de recursos exigido pelo PAC2 (Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal), na ordem de R$ 41 milhões.

Dívida baixíssima - Os secretários Scaff e Jorge também anunciaram que o Município está negociando a contratação de empréstimos junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), na ordem dos US$ 60 milhões, e junto ao CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), em torno dos US$ 70 milhões.

O índice de endividamento da prefeitura está em 15,30%, um “nível baixíssimo de endividamento”, segundo o secretário Jorge, e bem abaixo do limite imposto pela LRF, que chega aos 120%. Para os empréstimos em vias de contratação, a Seplanfic também não prevê dificuldades, já que ambas as linhas de crédito aceitam como contrapartida inclusive os recursos destinados pelo governo federal às obras do PAC.

Nos siga no Google Notícias