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Educação e Tecnologia

Apesar de queda, analfabetismo é alto entre idosos, pretos e pardos em MS

Pesquisa do IBGE revela avanços na educação do Estado de 2019 a 2022, porém desafios persistem

Jhefferson Gamarra | 07/06/2023 14:03
Criança de MS estudando de forma remota durante a pandemia (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Criança de MS estudando de forma remota durante a pandemia (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quarta-feira (7) os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022), com foco na temática da Educação. O levantamento, realizado por meio de questionário básico, apresenta informações sobre as características educacionais das pessoas com 15 anos ou mais de idade.

Segundo os dados, Mato Grosso do Sul registrou uma redução significativa no índice de analfabetismo em 2022. No Estado, havia 85 mil pessoas com 15 anos ou mais que eram analfabetas, representando uma taxa de analfabetismo de 4,0%. Em relação a 2019, houve uma queda de 0,6 ponto percentual, o que corresponde a cerca de 10 mil analfabetos a menos em 2022. Comparando com os demais estados, Mato Grosso do Sul ocupa a 8ª posição com a menor taxa, sendo o Distrito Federal o primeiro colocado com a menor taxa (1,9%) e o Piauí o último (14,8%).

Os dados revelam que o analfabetismo está diretamente relacionado à faixa etária, sendo mais elevado entre os idosos. Em 2022, havia 50 mil analfabetos com 60 anos ou mais em Mato Grosso do Sul, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 13,7% nesse grupo etário. À medida que se incluem os grupos etários mais jovens, observa-se uma queda progressiva no índice de analfabetismo: 7,3% entre pessoas com 40 anos ou mais, 4,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 4,0% entre a população de 15 anos ou mais.

Esses resultados indicam que as gerações mais jovens têm maior acesso à educação e são alfabetizadas durante a infância. Por outro lado, os analfabetos ainda estão concentrados entre os mais velhos. Em 2022, a taxa de analfabetismo das mulheres com 15 anos ou mais foi de 3,9%, enquanto a dos homens foi de 4,1%. Comparando com 2019, houve um aumento de 0,7 ponto percentual para as mulheres e 0,4 ponto percentual para os homens. Para a faixa etária mais velha, destaca-se que a taxa de analfabetismo das mulheres foi superior à dos homens, atingindo 14,0% em 2022.

Ao analisar a questão racial, é evidente a diferença entre pessoas brancas e pretas ou pardas. Em 2022, a taxa de analfabetismo entre as pessoas brancas com 15 anos ou mais foi de 3,2%, enquanto entre as pessoas pretas ou pardas foi de 4,7%. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo entre as pessoas brancas foi de 9,5%, enquanto de pessoas pretas ou pardas ficou em 17,9%.

Dados revelam o panorama da educação infantil e do nível educacional em MS

Em relação à taxa de escolarização na faixa etária de 0 a 5 anos, Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 53,7%. No ranking entre as Unidades da Federação, o Estado ocupa a 11ª posição. São Paulo (66,1%), Santa Catarina (64,3%) e Rio de Janeiro (58,2%) ocupam as três primeiras posições, enquanto o Amapá registrou a menor taxa (28,6%). No entanto, quando analisada a faixa etária de 0 a 3 anos, MS sobe para a quinta posição, com 38,6% de escolarização, ultrapassando seis posições em relação à faixa de 0 a 5 anos. São Paulo (50,8%), Santa Catarina (48,6%), Rio Grande do Sul (40,3%) e Rio de Janeiro (39,2%) lideram nesse recorte.

Já na faixa etária de 4 a 5 anos, MS figura na 20ª posição, com uma taxa de escolarização de 88,7%. O Maranhão (96,4%), Ceará (96,3%) e Piauí (95,7%) estão no topo do ranking nessa categoria, enquanto o Amazonas (78,0%), Acre (75,0%) e Amapá (65,7%) apresentam as menores taxas. É importante ressaltar que houve uma queda de 1,1% nessa taxa em MS entre 2019 e 2022.

Outro dado relevante é a disparidade na taxa de escolarização por cor e raça. Enquanto a taxa entre crianças brancas é de 92,2%, entre as crianças pretas e pardas, esse número fica em 85,0%.

Em relação ao nível educacional, a pesquisa revelou que 53,3% da população de Mato Grosso do Sul com 25 anos ou mais concluiu a educação básica obrigatória, o que corresponde, no mínimo, ao ensino médio. Entre aqueles que não completaram a educação básica, 4,8% são sem instrução, 28,8% têm o ensino fundamental incompleto, 7,6% têm o ensino fundamental completo e 5,4% possuem o ensino médio incompleto. Embora o número de pessoas sem instrução tenha apresentado uma queda de 11,7% em relação a 2016, houve um aumento de 10,6% em relação a 2019.

Um destaque positivo é o crescimento de 60,7% no número de pessoas com ensino superior completo em relação a 2016, totalizando 365 mil pessoas em 2022. Isso representa 21,2% da população de MS. No entanto, existe uma disparidade de gênero e raça nesse indicador. Em 2022, 24,8% das mulheres sul-mato-grossense tinham ensino superior completo, enquanto para os homens esse número era de 17,4%. Além disso, a população branca apresenta uma proporção maior de pessoas com nível superior completo (29,9%) em comparação com a população preta ou parda (14,3%).

No que diz respeito à média de anos de estudo, Mato Grosso do Sul registrou uma média de 10,1 anos para a população de 25 anos ou mais de idade. Entre as mulheres, o número médio de anos de estudo foi de 10,4 anos, enquanto para os homens foi de 9,8 anos. Novamente, é observada uma diferença significativa entre as pessoas de cor branca, que possuem uma média de 11 anos de estudo, e as de cor preta ou parda, com 9,4 anos.

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