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Educação e Tecnologia

Escola da Capital abre turmas para o EJA em três períodos

Atualmente, a Escola Municipal Osvaldo Cruz tem 318 alunos matriculados nas fases iniciais e finais da EJA

Por Mylena Fraiha | 17/11/2024 19:11
Estudante do EJA copia conteúdo durante aula na Escola Osvaldo Cruz, em Campo Grande (Foto: Divulgação)
Estudante do EJA copia conteúdo durante aula na Escola Osvaldo Cruz, em Campo Grande (Foto: Divulgação)

A Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande tem 11 escolas que oferecem EJA (Educação de Jovens e Adultos), para jovens e adultos interessados em concluir o Ensino Médio. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) convoca interessados a se matricularem no próximo ano.

A Escola Municipal Osvaldo Cruz, localizada no centro da cidade, é a única dedicada exclusivamente a essa modalidade, com aulas nos turnos matutino, vespertino e noturno. Somente nessa escola, 318 alunos estão matriculados nas fases iniciais e finais da EJA.

Além disso, há outras 11 escolas municipais que disponibilizam essa modalidade de ensino: E.M. (Escola Municipal) Consulesa Margarida Maksoud Trad, EM Profª Ione Catarina Gianotti Igydio, EM Profª Iracema de Souza Mendonça, EM Pe. Tomaz Ghirardelli, EM Prof. Plínio Mendes dos Santos, EM Profª Maria Regina de Vasconcelos Galvão, EM Prof. Antônio Lopes Lins, EM Carlos Vilhalva Cristaldo, EM Nerone Maiolino e EM José Mauro Messias da Silva (“Poeta das Moreninhas”).

O chefe da Divisão de Políticas Específicas de Educação da Semed, Felipe Augusto da Costa Souza, explica que o processo de matrícula é simples, acessível e as inscrições seguem o período estabelecido pela Reme. “O interessado deve procurar a unidade mais próxima e efetivar sua matrícula diretamente na secretaria da escola, sem necessidade de ir até a Semed”, orienta.

Além de facilitado, o processo também inclui benefícios como o passe de estudante e o uniforme escolar. “Assim como os alunos do ensino regular, eles recebem todo o uniforme e material escolar necessários para que possam participar das aulas nas mesmas condições dos demais estudantes da REME”, afirma.

Nova chance - O coordenador da Escola Osvaldo Cruz, Marcelo Corrêa, destaca que os alunos da EJA têm diferentes níveis de aprendizado, pois alguns chegaram a estudar, enquanto outros nunca tiveram essa oportunidade.

“É fundamental que os professores compreendam essas particularidades para atender a todos de forma adequada. Muitos enfrentaram dificuldades no ensino regular e acabaram reprovando, mas aqui encontram uma nova chance”, afirma Marcelo.

Segundo ele, a frequência dos jovens é mais irregular, enquanto os idosos, mesmo com limitações, comparecem de forma assídua, motivados pelo desejo de aprender.

Após anos trabalhando em fazendas, Marco Antônio explica que retornou às salas de aula (Foto: Divulgação).
Após anos trabalhando em fazendas, Marco Antônio explica que retornou às salas de aula (Foto: Divulgação).

Entre os estudantes da EJA, o exemplo de Marco Antônio da Silva, de 48 anos, mostra o impacto da educação. Após anos trabalhando em fazendas e sem tempo para os estudos, ele foi incentivado pelos técnicos do Senar a voltar à sala de aula e hoje está matriculado na fase inicial. “Quero muito ser professor”, revela Marco.

Lurdes explica que retomou os estudos após décadas parada (Foto: Divulgação)
Lurdes explica que retomou os estudos após décadas parada (Foto: Divulgação)

Outro exemplo é o de Lurdes Meireles de Oliveira, de 68 anos, que retomou os estudos após décadas. Casada aos 14 anos e mãe aos 15, ela nunca teve a oportunidade de estudar. “Conseguir ler as placas na rua é uma conquista muito valiosa para mim”, diz Lurdes, emocionada com o progresso que alcançou com o apoio de sua professora.

A professora Ana Paula Pereira de Carvalho, que leciona na fase inicial, avalia positivamente o impacto de ensinar a ler e escrever, especialmente para alunos mais velhos que enfrentam a exclusão social. “Muitas vezes, os idosos se sentem desvalorizados e não reconhecem o conhecimento que adquiriram fora do ensino formal. Nossa missão também é valorizar esse conhecimento, pois aprendemos muito com cada um deles”, comenta.

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