Professores homens têm menor espaço na educação infantil, aponta pesquisa de MS
Pesquisadoras seguem produzindo este trabalho científico e notam preconceito também no ensino especial
Professoras da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) resolveram pesquisar como é a aceitação de homens como professores na educação infantil e especial em Mato Grosso do Sul. Aparentemente, apesar de terem a mesma formação profissional, a sociedade não costuma aceitar eles em sala de aula por medo do contato com alunos mais vulneráveis.
O levantamento também abrange o Paraguai, para analisar questões culturais nos dois países, que impedem homens em sala de aula de classes infantis. A pesquisa é realizada pela professora Josiane Peres Gonçalves, juntamente com os integrantes do GEPDGE (Grupo de Estudo e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação) da universidade.
O estudo conta com financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e começou a ser desenvolvido em 2019, com conclusão prevista para 2024, devido à pandemia.
Para o embasamento teórico sobre a organização da Educação Escolar do Paraguai, segundo as professoras, foi realizada uma viagem até Assunção, capital do país. “Obtivemos autorização do Ministério da Educação e Ciências de lá para a realização da pesquisa, então coletamos dados em algumas escolas públicas da capital. As impressões iniciais são de que a situação não é diferente do Brasil, ou seja, há bastante resistência em se ter docentes do gênero masculino trabalhando com crianças pequenas”, diz Josiane.
"Sobre a etapa da pesquisa de MS, que inclui a atuação de professores homens na educação especial, não há muitos dados coletados ainda, mas as impressões iniciais é que o preconceito em relação ao gênero dos docentes se faz presente também nesta modalidade de ensino", conclui a pesquisadora.