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Esportes

Para ex-dirigentes, poder político barrou denúncias contra Cezário por décadas

Audiência pública da Câmara Municipal de Campo Grande discute futuro do futebol profissional em MS

Por Fernanda Palheta e Caroline Maldonado | 07/06/2024 12:58
Vereadores, atletas, dirigentes e desportistas durante audiência pública sobre o fututo do futebol de MS na Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Vereadores, atletas, dirigentes e desportistas durante audiência pública sobre o fututo do futebol de MS na Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

O futuro do futebol sul-mato-grossense entrou na pauta de discussão do poder público após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrar a operação “Cartão Vermelho”, no dia 21 de maio. Mas durante audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (7), ex-dirigentes de clubes afirmaram que as denúncias contra a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) sempre existiram.

O narrador esportivo e ex-presidente do Comercial-MS, Arthur Mário, lembra que em 2015 outros ex-dirigentes, ex-árbitros e ex-atletas criaram o grupo “Mutirão Pró-Futebol”, apresentaram um manifesto pedindo transparência e democratização na gestão do futebol sul-mato-grossense. Em um ato de protesto, o grupo com cerca de 300 pessoas deu um “abraço” simbólico ao Estádio Morenão, pedindo a renúncia do presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira.

Em âmbito estadual ele conta que as denúncias não tiveram respaldo. “Aqui não prosperou porque essa força política. Eu fui no Gaeco em 2015 e não se sensibilizaram. A operação [Cartão Vermelho] começou três anos depois, em 2018”, disse o narrador. O presidente do Vila Nova, Jorge Dauri de Oliveira, disse que também levou denúncias ao Ministério Público e o posicionamento contrário ao presidente da Federação custou a sua filiação à FFMS. “Hoje o que eu denunciei está comprovado”, disse.

“Todos sabiam do desmando do Cezário e sua quadrilha, todos sabiam e foram coniventes, pois ninguém se levantou para defender”, completou. Já o diretor de marketing do Operário Futebol Clube, Endrigo Zotelli, conta que em 2010 já houve uma audiência pública para discutir os rumos do futebol. “Muito foi dito e nada foi feito. Foi falta de interesse das coisas desenvolverem. O futebol está caminhando sozinho a muito tempo e a duras penas”, critica.

Ele ressalta o impacto da gestão do presidente da Federação nos clubes. “Cezário era um peso muito grande para os times, você chega nas empresas e ouvia enquanto o ele estivesse a frente não iriam investir um centavo”, completa.

O diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes), Maicon Mommad, afirma que a Prefeitura de Campo Grande irá colaborar para dar mais transparência ao esporte de MS e falou da importância de novas políticas públicas e investimento no futebol. “Queremos juntamente ajudar nesse projeto, é preciso lisura nesse processo. Deixo nossa abertura enquanto poder público”, afirma.

A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Educação e Desporto e organizada pelo vereador Roberto Avelar, o "Beto Avelar" (PP).

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