Marcelo levou “selva” para o quarto e plantas sobrevivem sem luz natural
Com pouca grana e reutilização de materiais, empresário reformou sozinho o próprio quarto no conceito Urban Jungle
Mesmo antes de encarar uma reforma, o biólogo e empresário Marcelo Rezende já era apaixonado por decoração, tanto é que escolheu colorir e decorar festas há alguns anos. Naturalmente, com o olhar apurado para o design de interiores e novidades que fogem das festinhas temáticas clichês, veio a vontade de ter um quarto personalizado, onde ele e o irmão, pudessem ficar confortáveis e sem precisar pagar muito por isso.
Como a casa onde mora já estava passando por uma reforma, a intenção era acompanhar a obra, mas sem o pedreiro. Então Marcelo logo pensou em transformar o quarto no estilo “faça você mesmo”, mas com muito conceito. Não podia ser só uma pintura e nova disposição de móveis.
Assim, cama e guarda-roupas tradicionais saíram do quarto, o clima da natureza também está presente no cantinho de descanso de Marcelo, que criou um repertório com muitas plantas a partir do conceito “Urban Jungle”, que consiste encher o ambiente com plantas de diversos tipos, compensando a falta de verde na vida urbana.
O verde ocupa espaço da cama até o guarda-roupa. Os benefícios, segundo Marcelo, são inúmeros. “Além de purificarem o ar, as plantinhas auxiliam em nossa saúde e bem-estar”, explica.
Para chegar a esse efeito de “selva”, Marcelo trabalhou com variedade de espécies e foi brincando com as formas, cores e alturas. “Uma dica importante é escolher sempre plantas do mesmo nicho de luminosidade”.
Mas se não tiver luz natural, para tudo se dá um jeito, é o que prova Marcelo que divide o quarto com o irmão que, por causa do trabalho, acaba dormindo até mais tarde, perdendo a luz da manhã que entra com força pela janela e ajuda na sobrevivência das plantinhas. Por isso, Marcelo investiu numa iluminação artificial que garante a fotossíntese. “É uma luz de LED específica, chama-se grow light”.
Saber organizar e harmonizar as coisas tornou a reforma mais fácil, já que Marcelo resolveu abandonar o mobiliário tradicional. A parede com formas orgânicas, que são tendência em vários âmbitos do design de interiores, as formas arredondas tanto em pintura, móveis e arquitetura, trouxeram ao ambiente cores diferentes e uma decoração nada convencional.
O closet, por exemplo, tem um cabideiro feito de cabo de aço e tronco de árvore. Os paletes viraram um grande tablado que abriga a cama e uma mesinha lateral. A decoração segue composta com muita personalidade a partir de suas viagens e suvenires comprados a cada roteiro. Como consequência, a decoração traz uma mistura de afetividade com clima tropical para dentro de casa.
O investimento não chegou a R$ 1 mil, conta. O mais caro foi o guarda-roupa que chegou a custar R$ 700,00. Já a cama custou R$ 120,00 e a pintura na parede não passou dos R$ 30,00.
“Confesso que foi a segunda vez que mudei o meu quarto. A primeira foi há muito tempo e eu não tinha tanta visão quanto hoje, mas sempre tive essa curiosidade e vontade de realmente tornar o quarto um ambiente gostoso de estar e ao mesmo tempo fotogênico. O mais bacana é poder criar conforme o bolso deixa”.
O desafio maior é superar o cansaço, mas Marcelo ensina que deixar os sonhos para depois não vai tornar qualquer ambiente da casa confortável, por isso, mais vale vencer a preguiça do que a mania de deixar tudo para amanhã. “Fazer tudo sozinho não é fácil. Lógico que contei com a ajuda do meu pai em algumas coisas, mas a grande parte fiz sozinho. A grande lição é poder lidar com os desafios que toda mudança tem, e poder vencê-los e aprender com eles. Transformar a casa com pouco é também se redescobrir em suas habilidades, gostos e desejos antigos”.
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