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Arquitetura

No telhado, galo foi quase roubado e confundido com coisa de terreiro

Na "casa do galo", do Bairro Arnaldo Estevão, vive piloto que sonhava em voar desde a infância

Jéssica Fernandes | 13/10/2022 08:49
Galo no topo da casa, no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo. (Foto: Marcos Maluf)
Galo no topo da casa, no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo. (Foto: Marcos Maluf)

O portão estilo colonial, o Galo dos Ventos e a Brasília 1977 são detalhes que chamam a atenção para a casa branca no Bairro Arnaldo Estevão. Há 30 anos, ela é lar do piloto de avião Luiz Anselmo Duarte, de 62 anos, e da mãe Maria. No telhado, o ‘Biruta’ (galo) foi quase roubado e vez ou outra faz a casa ser confundida como terreiro. POr segurança, a família pediu que fotos internas não fossem feitas.

Luiz é um homem cheio de histórias e algumas delas são mais antigas do que o portão de madeira e o galo. Há 25 anos ambas as coisas compõem o cenário da casa. Os itens, segundo Luiz, foram colocados ali pelo irmão Carlos Henrique Duarte. “Ele mexe com essas coisas de paisagem, decoração, gosta de coisas rústicas. É mais criatividade dele. Eu gosto das mais modernas”, fala.

Na varanda, Luiz explica que algumas pessoas não compreendem o significado e a função do galo no telhado. “Tem gente que quando vê fica equivocado, pensa que é terreiro de umbanda, mas é um biruta. Ele direciona o lado que o vento tá tocando”, fala.

Em seguida, o piloto menciona que o biruta quase foi levado dali. “Foi projetado por alguém, mas não sei quem. Já tentaram roubar, porque não acham por aí. Já veio um cara fazer proposta de emprestar para ele desenhar e depois devolver de novo, mas eu não caí nessa”, afirma.

No final das contas, ele diz que o galo ‘veio a calhar’ devido a profissão de piloto. Aos 17 anos, Luiz realizou o sonho de menino e voou sem medo de ser feliz. O modelo do avião que pilotava ele não esquece. “Cessna 180”, declara.

Porteira é outro detalhe que faz a casa parecer sítio. (Foto: Marcos Maluf)
Porteira é outro detalhe que faz a casa parecer sítio. (Foto: Marcos Maluf)

Na 'base da asa' do avião, Luiz cuidou da família e formou as duas filhas na faculdade. Ele recorda como foi o início da carreira. “Eu entrei na Base Aérea aos 19 anos, já era soldado piloto. Fiquei sete meses, sai e fui voar como piloto civil. Cai no mundo da aviação”, comenta.

Antes de ser profissional e sobrevoar o País levando e trazendo gente, o jovem Luiz não perdia a oportunidade de aprender e conduzir um avião. A paixão, segundo ele, é algo que surgiu na infância.

“Eu comecei a voar cedo. Ia no porta-malas do avião para ter a oportunidade de voltar pilotando. O piloto sabia que eu estava lá. Na hora que desembarcavam as pessoas, passava pra frente e voltava aprendendo. Foi assim que comecei, sempre fui apaixonado por aviação desde os cinco anos de idade”, conta.

Antes de chegar ao céu, Luiz tentou voar de outra forma. Por ter a mente criativa e bastante ‘imaginativa’, ele relata uma das brincadeiras que fez quando pequeno. “Uma vez pulei de cima da casa da minha mãe segurando o guarda-chuva. Pulei, porque era muito imaginativo, gostava de desafio e achei que pudesse ir flutuando”, lembra.

Na garagem, a Brasília antiga, sua "Garça Branca". (Foto: Marcos Maluf)
Na garagem, a Brasília antiga, sua "Garça Branca". (Foto: Marcos Maluf)

Quando não está voando, Luiz passeia com a Brasília apelidada de ‘Garça Branca’. Herança do avô Lulu, há 15 anos o carro pertence ao piloto. “Isso aí é paixão minha, adoro o cheiro de gasolina. Se passar um Fiat, ela deixa para trás”, garante.

Hoje, ele segue pilotando e planeja fazer isso após a aposentadoria. “Quem voa uma vez, voa sempre”, conclui.

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