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Artes

Araras viram protagonistas em documentário pela cidade

Thailla Torres | 11/12/2020 06:50
Araras registradas pelo fotógrafo campo-grandense André Bittar
Araras registradas pelo fotógrafo campo-grandense André Bittar

Quem mora rodeado de árvore certamente já foi acordado com a barulheira das araras. Mas é o tipo de barulho que nem dá para se irritar. Você logo pula da cama e abre a janela afim de observar por alguns minutos o comportamento delas. Quando voam é aquele encanto. Morar em Campo Grande tem desses privilégios e o colorido dessas bichinhas é o tema de um novo documentário campo-grandense.

“Campo Grande das Araras” está sendo gravado em várias regiões da cidade. É um curta-metragem que retrata a migração das aves do Pantanal para Campo Grande e a saga para sobreviverem no caos urbano, convivendo com seus moradores e turistas.

Dirigido por Lú Bigatão e Rosiney Bigatão, o filme conta com a parceria do Instituto Arara Azul e pretende lançar um novo olhar sobre a presença das araras no meio urbano e a relação que as pessoas têm com as aves e todo o meio ambiente.

Durante essa semana, a equipe tem percorrido diversos pontos geralmente frequentados pelas aves. A próxima etapa é uma viagem ao Pantanal. A expectativa é concluir todo o processo de produção, sonorização, pesquisa e edição até fevereiro do próximo ano.

“Campo Grande das Araras” está sendo gravado em várias regiões da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)
“Campo Grande das Araras” está sendo gravado em várias regiões da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)

“Mais que contar a história das araras em Campo Grande, por meio do projeto nosso objetivo e de toda equipe é incentivar a observação das aves na cidade, despertar o amor e o interesse da população para a preservação da espécie”, destaca Lu Bigatão.

O Projeto prevê ainda a criação do “Circuito das Araras”, um roteiro turístico em Campo Grande, identificando os lugares mais frequentados pelas aves, criando um roteiro onde moradores e turistas possam percorrer para observá-las, de carro, a pé ou de bicicleta.

Mais sobre o filme – Elas cortam os céus colorindo os olhares dos moradores praticamente o ano todo. Chegam cada vez com mais frequência e em maior número e já se reproduzem por aqui. Até a azul, que chegou a ser considerada extinta, teve presença registrada no município. São tantas araras que Campo Grande poderia ser chamada de “a cidade das araras”.

Estima-se que mais de 700 araras circulem pela área urbana do município. Tem turista que vem para Campo Grande para observar as araras. A cidade conta ainda com monumento das aves, três esculturas gigantes, na Praça das Araras. Tem até uma espécie própria de arara, que só pode ser vista em Campo Grande - a arara híbrida, resultado do cruzamento entre a arara vermelha e a canindé, espécies mais frequentes na cidade.

O filme também aborda questões complexas como o desmatamento e as queimadas que as deixam sem morada. A proposta é criar um olhar subjetivo, tudo retratado de maneira poética, onde o espectador possa se colocar no lugar da ave e entender sua relação com o ambiente.

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