Casa de Arte e Cultura vem respirando fotografia desde sexta-feira na Capital
No Fest Foto Cerrado, experiência de multiarte encantou a visitantes e a participantes dos talks e workshops
A fotografia foi o centro de toda a programação dos três dias do Fest Foto Cerrado na C.A.C (Casa de Arte e Cultura), que segue até hoje (19) com talks de fotografia baseados em trabalhos acadêmicos. Mas a sensibilidade de unir a fotografia, fazê-la conversar com outras formas de expressões artísticas, como a poesia, é que causa a experiência mais completa que a arte nos proporciona: a da multiarte.
Seja no poema da já falecida usuária de drogas SOL, declamado pelas meninas do Slam Camélias, momento que inaugurou a exposição da série Seres Humanos, de Zé Medeiros na sexta-feira. Seja na dança e na voz da artista Maria Fernanda Suppo, que tornou a prática das oficinas de fine art e de fotografia de palco, da fotógrafa Danny Bittencourt, possível. Estar no Fest Foto Cerrado foi experenciar como a arte converge para um só espaço: o da sensibilidade.
Marilu Guimarães é a responsável pelo evento e pelo espaço colaborativo. Mesmo cansada, ela sorria de orelha a orelha, claramente encantada com o resultado do Festival. ''A nossa intenção foi desde o início fazer com que o Festival tivesse um resultado a longo prazo, tanto para o público, quanto para a cidade e para a própria C.A.C. Esse objetivo foi claramente alcançado quando se via o tamanho de possibilidades que se formam a cada workshop, por exemplo, e como cada um deles vai levar os conhecimentos para sua área de trabalho''.
Ela pontua a presença de uma das maiores referências de fotografia street do Brasil, Yuri Bittar, que trouxa uma exposição sobre as ruas Brasília e todo o Distrito Federal. "Ele já fotografou as ruas do mundo todo e é a primeira vez que ele vem a Mato Grosso do Sul. Ter Campo Grande no álbum de imagens desse cara não é pouca coisa para a cidade''.
Álvaro Herculano é fotógrafo e teve a oportunidade de ver seus retratos sobre as ruas de Campo Grande expostos nas paredes do C.A.C, junto a importantes nomes da fotografia. Ele aproveitou a oportunidade para se inscrever na oficina de fotografia de palco e garante que todo o conhecimento adquirido vai ser postos em prática em seu trabalho.
''Meu trabalho na Fundação de Cultura é esse. Particularmente eu me interesso muito com a fotografia de palco e quero mexer com isso. A Danny trouxe uma visão artística do que pode ser feito, com técnica e inovação'', diz ele.
Danny considera esse tipo de evento extremamente importante. ''Permite o intercâmbio de informações. Eu estou conhecendo o Estado pela primeira vez e tenho certeza que vivenciar novas culturas tornam minha própria fotografia mais forte''.
O evento segue hoje, no período matutino, com a cineasta Marinete Pinheiro, que palestra sobre o tema "Sonhando o audiovisual". Vânia Jucá debate sobre "Mulheres na Fotografia" e também haverá uma conversa sobre "Impressão de Fine Art" com Priscila Ota. A C.A.C fica na Rua das Garças, 1.343, na Vila Célia.