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Artes

De bike, Simone sai pela cidade pendurando fotos do Cerrado e com binóculo

Bióloga percorre eventos e feiras, com as imagens das belezas do bioma impressas em panos

Thaís Pimenta | 21/08/2018 08:31
Impressas no tecido, as fotos sãoiluminadas pelo sol. Espécieis da fauna e da flora são expostas. (Foto: Simone Mamede)
Impressas no tecido, as fotos sãoiluminadas pelo sol. Espécieis da fauna e da flora são expostas. (Foto: Simone Mamede)

Mais do que uma simples exposição, a "Cerrado ao Vento" é uma intervenção para abrir os olhos ao cerrado, um dos biomas mais belos do Brasil mas que corre perigo. Simone Mamede é pesquisadora e educadora ambiental e passou anos fotografando espécies da fauna e da flora do cerrado sul-mato-grossense e ao refletir sobre a sensibilidade do bioma, decidiu ir além.

"Quando falamos no Cerrado a gente pensa no Pantanal mas, na verdade, ele está próximo de nós, do nosso lado. Quero mostrar as belezas, a riqueza por meio da imagem, mas ao deixar as impressões printadas no tecido, expostas ao efeito do tempo, recebendo vento e chuva, quero mostrar o quão poético é, e ao mesmo tempo o quanto ele inspira cuidados", explica Simone.

Já são 4 anos da Cerrado ao Vento. Itinerante, a intervenção vai de bike até os pontos que Simone considera que podem contribuir com o diálogo. "Fomos agora na Conferência Infanto-Juvenil Pelo Meio Ambiente, na Vila Dionísio, na Comunidade Quilombola, sempre estamos em feiras de trocas também", elenca. 

Com um binóculo, ela apresenta uma forma de aproximar as pessoas das imagens que elas vêem na intervenção, sensibilizando pela beleza. "Vejo como uma forma de (re)conhexão com a natureza, uma pausa no agitado cotidiano, para a contemplação das imagens incríveis que Cerrado nos proporciona".

Imagens mostram as belezas, muitas vezes ocultas, do bioma, e as pessoas se encantam. (Foto: Simone Mamede)
Imagens mostram as belezas, muitas vezes ocultas, do bioma, e as pessoas se encantam. (Foto: Simone Mamede)
Exposição é itinerante e está em locais diferentes. Simone costuma dizer que é uma exposição livre. (foto: Simone)
Exposição é itinerante e está em locais diferentes. Simone costuma dizer que é uma exposição livre. (foto: Simone)
Poesia da intervenção está nas imagens, que sob efeito do tempo, se movimentam e se afetam, assim como o bioma. (Foto: Simone Mamede)
Poesia da intervenção está nas imagens, que sob efeito do tempo, se movimentam e se afetam, assim como o bioma. (Foto: Simone Mamede)

Com a crença de que as pessoas vêem o cerrado mas não o enxergam, realmente, muito por conta das grandes fazendas de monocultura e criação de gado distribuídas pelo Estado afora, Simone vê como necessária essa conscientização. "São tantas espécies, tantas paisagens diferentes, é de uma beleza extraordinária".

E ela vai além: "Estamos dentro desse processo capitalista onde tudo tem que ter um valor monetário e as pessoas não percebem que existem outras formas de valores. A biodiversidade é algo que a gente não consegue mensurar em moeda e precisamos instigar nas pessoas que existem outras formas de valores. Estar em contato com a natureza é uma forma de ter mais paz, encontrar mais felicidade".

A próxima parada da Cerrado ao Vento acontece dia 25, próximo sábado, no Parque das Nações Indígenas, a partir da 9h, no evento de turismo promovido pela Prefeitura. "Vamos conduzir as pessoas para observação de pássaros e já mostraremos a beleza do nosso bioma, nas fotos e na prática", finaliza ela.

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