Documentário premiado traz histórias de povo pantaneiro que luta
No Pantanal sul-mato-grossense, comunidade às margens do Rio Paraguai teve sua história contada em novo filme
O diretor Marco Carvalho trabalha com produção audiovisual há mais de 8 anos. Começou em um projeto independente com alguns amigos em uma rádio comunitária de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, tem uma caminhada profissional como videorrepórter e hoje celebra ser diretor de um documentário já premiado, este que conta história da comunidade que vive no Pantanal, Área de Proteção Ambiental Baía Negra.
Em ano difícil, onde o fogo tomou conta do Pantanal e mobilizou milhares de pessoas, dar voz à comunidade em um documentário foi significativa para Marco. “O que me tocou foi a experiência como um todo. São todas histórias de muita luta, perseverança e que certamente nos ensinam muito sobre a forma que escolhemos levar nossas vidas”, descreve.
Marco diz que sempre se interessou pela temática social e ambiental, porém em meus empregos acabava se dedicando quase que exclusivamente ao futebol de alto nível. Até que em 2017 inscreveu seu TCC – ele é formado em Rádio e TV – no Festival Audiovisual Fiam-Faam, e conquistou o prêmio de Melhor Documentário.
“Foi o incentivo que eu precisava para buscar alguma produção mais próxima do que eu sempre quis fazer. Conversei com minha amiga Thainan Bornato, que mora em Corumbá, sobre alguma comunidade em que eu poderia gravar e contar a história que eu buscava, e ela me falou sobre a APA Baía Negra, e alguns dias depois eu viajei para o Mato Grosso do Sul para começar as filmagens".
Marco era uma pessoa completamente estranha aparecendo nas casas dos moradores, e fui muito bem recebido, acolhido, e pode perceber de maneira muito autêntica a forma como eles vivem naquele local. “Foi uma experiência transformadora e que sempre levarei comigo”.
O documentário é a chance de conhecer uma realidade diferente, gerar reflexão e empatia. “Se esse documentário tocou positivamente ao menos uma pessoa, que parou para pensar sobre seus privilégios, sobre a necessidade de respeitar as pessoas e o meio ambiente, me sinto realizado e com a certeza de que tudo valeu a pena”.
A obra foi exibida para os moradores e moradoras da APA, assim que o primeiro corte ficou pronto. Agora, o documentário segue em período de inscrição em festivais de cinema, portanto é possível dizer que o projeto de exibição a curto prazo é conseguir alguma seleção e ser exibido em festivais. “No segundo semestre de 2021 ele deve ficar disponível no YouTube”.
Contudo, ainda é possível assistir na plataforma do Festival de Cinema de Alter do Chão, após fazer um cadastro. Festival que inclusive premiou o mesmo documentário recentemente.
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