Em depressão, Mauricio foi salvo fotografando o cotidiano das ruas
Desde 2017 ele faz caminhadas pela região central de Campo Grande para registrar os cenários e se reencantar
Em 2017, quando enfrentava a depressão, Mauricio Costa Júnior percebeu que precisava se reconectar com as pessoas. Desde então, ele começou a fazer caminhadas para fotografar o cotidiano das ruas e assim foi sendo salvo graças às novas lentes.
Seja um senhor sentado na calçada ou alguém se equilibrando em um monociclo, cada movimento passou a ganhar foco no olhar de Mauricio. E, percebendo que os registros poderiam ser compartilhados com outras pessoas, o Centro de Campo Grande começou a ser reunido por ele no projeto “Raw Street Brasil”, em suas redes sociais.
Nesses cinco anos, mais de 300 fotos passaram a compor retratos da Capital com pessoas passeando de bicicleta, máquinas tomando conta das vias principais e muita gente tentando ganhar a vida de formas variadas. Em conjunto, o cansaço, a curiosidade e a distração também ganharam os enquadramentos do fotógrafo.
Mas, antes das centenas de fotos se acumularem em seus arquivos, ele conta que tudo começou aos poucos após cursar disciplinas sobre o tema na UFMS. “Eu tinha ideias e precisava construir práticas. Precisava de novos meios para me enxergar, de me ver na sociedade e foi na fotografia de rua, com a observação das pessoas, que fui construindo as fotos com novos encantos”.
Com uma câmera comprada de um amigo em várias parcelas, o então estudante de Ciências Sociais foi abandonando o isolamento causado pela depressão. Quando percebeu, já não conseguia mais deixar a câmera em casa e até nos almoços e bares ela estava.
“Fui aprendendo que cada lugar de Campo Grande é diferente, mas gostei mesmo do Centro. Em uma volta fotográfica seleciono, por exemplo, 21 fotos, mas são mais de 80 cliques com situações que eu gosto, que me apego”, detalha Mauricio.
Como consequência do amor pelos registros, ele começou a se dedicar a registrar desde shows até filmes e eventos regionais. Mas, mesmo com a profissionalização do gosto, os olhos não abandonaram as ruas.
Por isso, o fotógrafo continua mantendo o projeto vivo como uma forma de dar novos significados ao cotidiano. “Eu fico feliz de observar através das fotos, gosto das pessoas. Esses detalhes são o que renovam a humanidade da gente, esse sentimento é o que permite que façamos as fotografias de rua”.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Mauricio é só acessar o perfil @rawstreetbrasil. Além de publicar seus trabalhos autorais, ele também cede espaço para contribuições.
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