Alunos transformam livros de Mara Calvis em mostra sobre Pantanal
Além do trabalho manual, os alunos também participaram de atividades envolvendo culinária regional
O Pantanal sul-mato-grossense ganhou vida no pátio da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Professora Luzinete Cezar Gonçalves, com pinturas e esculturas feitas pelos próprios alunos, utilizando massinha e materiais recicláveis. Por todo o ambiente, as miniaturas de onças, tucanos, bois e árvores nativas do Pantanal encantaram pais e professores.
Cada turma se uniu aos professores para fazer uma releitura da coleção Mato Grosso do Sul, 40 Anos, da escritora infantojuvenil Mara Calvis, convidada especial da mostra. A coletânea, que traz dez livros sobre o Estado, foi doada pela própria escritora para todas as escolas municipais, estaduais e de educação infantil de Campo Grande.
Além do trabalho manual, os alunos também participaram de atividades culinárias, para reproduzir as receitas regionais apresentadas nos livros, proporcionando uma experiência sensorial repleta de texturas e sabores aos pequenos.
A coordenadora da Emei, Moema de Almeida, de 59 anos, explica que as professoras começaram fazendo a leitura dos livros, para que as crianças pudessem conhecer mais sobre a cultura, fauna e flora de Mato Grosso do Sul.
Depois, com base nos livros, começaram a desenvolver a parte prática do projeto. Todas as maquetes, esculturas e trabalhos manuais foram feitos com materiais recicláveis.
Moema afirma que a infância é o período ideal para trabalhar a conscientização com os alunos. “Aprendendo desde cedo a importância de valorizar a cultura, a preservar o meio ambiente, eles vão valorizar com naturalidade, não vai ser por obrigação”, pontua.
A professora de educação infantil Liliane Dias Lima, de 36 anos, relata os alunos mais novos focaram nas atividades práticas envolvendo as receitas, com experiências sensoriais. “Eles trabalharam o toque, o olfato e eu até trouxe um peixe para eles sentirem tocar, experimentar”, comenta. Já os os alunos mais velhos ficaram responsáveis por trabalhar a fauna e a flora.
A educadora comenta que a presença de Mara Clvis foi um adendo que enriqueceu a experiência para os alunos, pois considera importante promover a eles essa probidade com escritores.
“Nós temos grandes autores, grandes artistas aqui, que as crianças nem conhecem. Essa amostra vai deixar marcas, marcas que não serão esquecidas. Quando eles tiverem 10 anos, algo vai puxar na memória deles o que eles viveram aqui, e eles vão levar esse aprendizado para o futuro”, destaca.
A fisioterapeuta Priscilla Dontechef, de 30 anos, também participou da mostra cultural, com os filhos Daniela, de quatro anos, e João Paulo, de um ano. Ambos estudam na Emei, e Priscilla comenta que a filha ficou bastante envolvida e empolgada com as atividades.
Ela pontua que esse tipo de atividade permite que os alunos aprendam, por meio da escola, sobre o bioma e a importância de preservá-lo.
“É muito legal, porque eles aprendem através dos livros sobre a cultura do Mato Grosso do Sul. Eles fizeram várias receitas, a Dani chegava contando que fez chipa, que gostou das atividades. E o João também acabou participando, fez as receitas”, detalha.
A assistente de educação infantil Edilene da Silva Lima, mãe da Eloah Maria, de quatro anos, diz que ficou encantada ao chegar na escola e se deparar com todo o trabalho desenvolvido pelos professores e alunos.
“É de muita importância a gente ver a escola dando valor à nossa cultura, e pra onde você olha, você vê um pouquinho da nossa história na visão dessas crianças. Eu acho importante para as crianças que desde pequeno já aprendam a valorizar a cultura do Mato Grosso do Sul, os animais, a alimentação”, destaca.
Edilene conta que Eloah gostou bastante das histórias, e ficou emocionada por poder conhecer a escritora pessoalmente. “Ela chegava em casa, contava, recontava a história pra mim. Ela ficou muito encantada com a autora, de conhecer, de ler o livro, de saber como que é”, diz.
A convidada ilustre da mostra, a escritora Mara Calvis, disse que se emocionou ao chegar na escola e ver todo o trabalho feito pelos alunos. “A gente até se surpreende, mas hoje o encantamento foi muito maior do que a surpresa. E cada um deles que vem, me pergunta “você que é a Mara Calvis?”, então esse encantamento vale muito mais do que qualquer outra possibilidade”, expressa.
A escritora comenta que a sua missão é plantar sementes de novos leitores, principalmente no mundo cada vez mais digital, e também tentar ajudar a formar os cidadãos do futuro.
“Essa criança que vai ser o futuro cidadão. Que vai ser o pai, que vai ser o gestor, que vai ser os profissionais da área de saúde, da educação. E é por isso que eu ainda tenho fé e esperança que essa geração, quando chegar no comando, vai cuidar um pouquinho melhor do planeta do que os adultos de hoje”, finaliza.
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