Amizade era tão real que últimas fotos de sogra foram com a nora
Nem separação do filho fez com que a idosa deixasse o carinho de lado, que permaneceu até seus últimos dias
Por mais de 40 anos, Jovelina Antônio Rodrigues e Cleuza Ferreira de Carvalho comprovaram que o amor entre sogra e nora pode existir. A amizade foi tão forte que até as últimas fotos da sogra antes de falecer foram com a nora.
“A gente se gostava mesmo. Ela sempre estava por perto e eu acabei ganhando uma outra mãe na vida”, conta Cleuza, hoje aos 67 anos. Neste mês, Jovelina faleceu aos 97 anos e mesmo quando já não estava mais reagindo bem, o sorriso vinha quando ouvia o nome da nora de consideração.
Ainda na juventude, Cleuza conheceu a sogra e permaneceu com a relação “oficial” durante mais de 20 anos, como ela conta. Tempos depois, ela se separou do filho de Jovelina e longe de encerrar a amizade, continuou sendo chamada de nora até os últimos dias da matriarca.
Como a nora diz, até ela imaginou que a relação pudesse mudar, mas no fim tudo continuou como se o divórcio não fizesse efeito nenhum na amizade das duas.
Ao contrário de muitas histórias sobre relações complicadas entre sogras e noras, Cleuza conta que teve sorte desde o início de seu relacionamento.
“Tanto ela quanto meu sogro sempre gostaram de mim e eu também gostava deles. A gente nunca teve nenhum problema, pelo contrário. Desde comida até conversar, tudo dava certo", conta Cleuza.
Sem saber explicar o que gerou a união, ela explica que o acolhimento existia de ambos os lados. “Eu visitava ela e quando tive meus filhos foi ela quem me ajudou nos momentos de repouso, por exemplo. Ela penteava meu cabelo, fazia trança, cuidava mesmo e cuidava dos meus filhos como se fossem dela”, diz.
Com isso em mente, Cleuza narra que o carinho foi uma das principais coisas deixadas por Jovelina como herança aos familiares. “Ela sempre estava por perto, nunca deixou ninguém. A gente se dava bem demais e isso ensinou meus filhos e outros netos dela também sobre o carinho”.
Confirmando as informações da mãe, Eliel Ribeiro de Carvalho conta que a relação das duas chegava até surpreender quem era da família. “Depois que meus pais se separaram, meu pai se casou novamente, mas minha avó continuava chamando minha mãe de nora. Não aceitava mais ninguém, ela era a nora”, detalha.
Por existir o divórcio, Eliel explica que a impressão era de que as duas iriam romper a amizade, mas essa seguiu dando exemplos de que o importante são as escolhas. Responsável pela última foto tirada das duas, ele diz que o encontro pareceu até uma despedida.
“As duas estavam de mãos dadas e eu tirei porque achei aquilo bonito. Minha avó já não estava mais ouvindo e vendo direito, mas quando meu tio falou que minha mãe estava lá ela falou o nome da minha mãe. Parecia que deu até um ânimo”, explica Eliel.
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