Aos 64 anos, Irene realiza sonho e estreia com tatuagem no pescoço
Ela estava sem grana para a tatuagem a acabou ganhando de presente de uma das standistas do Campo Grande Tattoo fest
Aposentada e evangélica, Irene Conceição da Silva destoava em meio a galera tatuada da terceira edição do Campo Grande Tattoo Fest. De camisete florida, calca jeans e sapatilha, a tímida senhorinha deixou pessoas incrédulas com o seu sonho de fazer a primeira tatuagem aos 64 anos e no pescoço.
Ela andava em meio aos stands e chegou a perguntar em alguns quanto custaria tatuar algo que estava escrito no singelo caderninho que carregava. Visivelmente desapontada, ela se preparava para ir embora quando o Lado B a abordou.
Irene contou que estuda hebraico desde janeiro e se apaixonou em como o nome Deus era escrito na língua. “Fiquei tão apaixonada que pensei em tatuar o nome em mim. Moro aqui perto do Estoril e vim pensando em realizar esse sonho, mas depois de perguntar os valores vi que não tenho dinheiro para isso”, conta a simples senhorinha, sobre o valor de R$ 200 cobrado por alguns tatuadores.
A reportagem levou a história ao conhecimento da organização do evento, que a chamou no palco e relatou a causa. De pronto, a tatuadora Thais Akemy, de Dourados, se ofereceu para realizar o sonho.
Visivelmente nervosa, Irene mostrou mais uma vez a escrita que gostaria de tatuar e de novo surpreendeu: “Quero grande em um lugar que todo mundo possa ver”. Cercada pelos seus agora fãs, absolutamente ninguém conseguiu segurar a gargalhada.
Depois de decidir tatuar o tão sonhado nome no pescoço e arrancar expressão de choque, Irene se deitou e não deu um pio enquanto Akemy a tatuava. A sessão não durou mais que meia hora e quando levantou a senhorinha disse “não doeu nada, depois quero fazer mais”.
Mais uma vez dezenas de pessoas, que acompanhavam a cena, caíram na gargalhada enquanto Irene esboçava um sorriso sincero admirando a sua primeira tatuagem.
Questionada, se os irmãos da igreja aprovariam a arte, Irene foi bem breve. “Não há o que falar, é o nome de Deus”.
“Fada Madrinha” - Ao Lado B, a tatuadora Akemy – gravida de 8 meses – diz que estava na hora e lugar certo. “O único momento que consegui sair do meu stand para dar um role me deparei com ela no palco. Não tinha como dizer não, foi o destino”, diz.